São Paulo, quinta-feira, 15 de outubro de 2009

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Dólar cai a R$ 1,70 e Bolsa sobe 2,4% com otimismo nos EUA

Balanço positivo do JPMorgan faz Dow Jones superar 10 mil pontos pela 1ª vez no ano

Moeda dos EUA acumula queda de 27% no ano; especialista avalia que fluxo deve se manter para o país, o que fortalecerá mais o real

FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

Somado a dados econômicos americanos favoráveis, o balanço do JPMorgan deu alento ao mercado global ontem. Em meio ao otimismo, os investidores foram às compras e as altas predominaram nas principais Bolsas do planeta. A Bovespa aproveitou o clima e saltou 2,41%, para 66.201 pontos, maior nível em quase 16 meses. Os ganhos no mês alcançam 7,6%, e, no ano, 76,3%.
Ontem a Bolsa bateu recorde de negociações, com mais de 582 mil transações realizadas.
No mercado de câmbio, o dólar desceu a R$ 1,703, após baixa de 1,39%, e atingiu o menor valor desde setembro de 2008.
Há cerca de um mês, era raro encontrar analistas que previssem que o dólar encostaria em R$ 1,70 e a Bolsa superaria os 65 mil pontos tão rapidamente.
Para Nathan Blanche, sócio da Tendências Consultoria, o processo de apreciação do real deve prosseguir. "A origem dessa apreciação [do real] está ligada aos fundamentos da economia. O fluxo de recursos para o país vai se manter e o câmbio continuará buscando seu ponto de equilíbrio", afirmou.
O dólar tem queda de 27% no ano e de 3,89% no mês. O BC tem feito leilões diários para comprar a moeda, na tentativa de conter o fortalecimento do real. O máximo que tem conseguido é suavizar o movimento.
A entrada de recursos externos na Bovespa tem sido um dos pontos de pressão sobre o câmbio. No ano, cerca de R$ 20 bilhões em capital externo desembarcaram no mercado acionário doméstico. Com isso, 2009 já é o melhor ano da história nesse quesito. Apenas nos primeiros oito dias do mês, R$ 1,75 bilhão chegou -isso sem contar o dinheiro que os estrangeiros separaram para as ações do Santander.
William Eid Júnior, coordenador do Centro de Estudos em Finanças da FGV, diz que o mercado brasileiro "tem sido movido pelo capital estrangeiro e por notícias vindas de fora". "O problema é se começarem a surgir notícias ruins, que afugentem esse capital. Vimos isso ocorrer há pouco tempo, especialmente no segundo semestre de 2008, e sabemos os efeitos sobre o nosso mercado."
No ano passado, em meio ao agravamento da crise, R$ 24,6 bilhões deixaram a Bovespa -que teve desvalorização de 41,2% em 2008. Já o dólar chegou a superar os R$ 2,50 antes de o ano acabar.
Entre os papéis que costumam ser mais comprados por estrangeiros, a Vale se destacou ontem. A ação PNA terminou com ganhos de 4,6%.
No setor bancário, a ação do BB foi uma das que tiveram melhor resultado, com valorização de 3,18%. Para Itaú Unibanco PN, a alta foi de 2,77%.
Ontem, o índice Dow Jones, que agrupa 30 das mais importantes ações dos EUA, superou pela primeira vez em cerca de um ano os 10 mil pontos, após registrar valorização de 1,47%.
Na Europa, o destaque ficou com a Bolsa de Londres, que alcançou seu maior patamar em mais de um ano, ao subir 1,98%.


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