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Dólar cai a R$ 1,70 e Bolsa sobe 2,4% com otimismo nos EUA
Balanço positivo do JPMorgan faz Dow Jones superar 10 mil pontos pela 1ª vez no ano
Moeda dos EUA acumula queda de 27% no ano; especialista avalia que fluxo
deve se manter para o país,
o que fortalecerá mais o real
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Somado a dados econômicos
americanos favoráveis, o balanço do JPMorgan deu alento ao
mercado global ontem. Em
meio ao otimismo, os investidores foram às compras e as altas predominaram nas principais Bolsas do planeta. A Bovespa aproveitou o clima e saltou 2,41%, para 66.201 pontos,
maior nível em quase 16 meses.
Os ganhos no mês alcançam
7,6%, e, no ano, 76,3%.
Ontem a Bolsa bateu recorde
de negociações, com mais de
582 mil transações realizadas.
No mercado de câmbio, o dólar desceu a R$ 1,703, após baixa de 1,39%, e atingiu o menor
valor desde setembro de 2008.
Há cerca de um mês, era raro
encontrar analistas que previssem que o dólar encostaria em
R$ 1,70 e a Bolsa superaria os
65 mil pontos tão rapidamente.
Para Nathan Blanche, sócio
da Tendências Consultoria, o
processo de apreciação do real
deve prosseguir. "A origem dessa apreciação [do real] está ligada aos fundamentos da economia. O fluxo de recursos para o
país vai se manter e o câmbio
continuará buscando seu ponto
de equilíbrio", afirmou.
O dólar tem queda de 27% no
ano e de 3,89% no mês. O BC
tem feito leilões diários para
comprar a moeda, na tentativa
de conter o fortalecimento do
real. O máximo que tem conseguido é suavizar o movimento.
A entrada de recursos externos na Bovespa tem sido um
dos pontos de pressão sobre o
câmbio. No ano, cerca de R$ 20
bilhões em capital externo desembarcaram no mercado
acionário doméstico. Com isso,
2009 já é o melhor ano da história nesse quesito. Apenas nos
primeiros oito dias do mês, R$
1,75 bilhão chegou -isso sem
contar o dinheiro que os estrangeiros separaram para as
ações do Santander.
William Eid Júnior, coordenador do Centro de Estudos em
Finanças da FGV, diz que o
mercado brasileiro "tem sido
movido pelo capital estrangeiro e por notícias vindas de fora". "O problema é se começarem a surgir notícias ruins, que
afugentem esse capital. Vimos
isso ocorrer há pouco tempo,
especialmente no segundo semestre de 2008, e sabemos os
efeitos sobre o nosso mercado."
No ano passado, em meio ao
agravamento da crise, R$ 24,6
bilhões deixaram a Bovespa
-que teve desvalorização de
41,2% em 2008. Já o dólar chegou a superar os R$ 2,50 antes
de o ano acabar.
Entre os papéis que costumam ser mais comprados por
estrangeiros, a Vale se destacou
ontem. A ação PNA terminou
com ganhos de 4,6%.
No setor bancário, a ação do
BB foi uma das que tiveram
melhor resultado, com valorização de 3,18%. Para Itaú Unibanco PN, a alta foi de 2,77%.
Ontem, o índice Dow Jones,
que agrupa 30 das mais importantes ações dos EUA, superou
pela primeira vez em cerca de
um ano os 10 mil pontos, após
registrar valorização de 1,47%.
Na Europa, o destaque ficou
com a Bolsa de Londres, que alcançou seu maior patamar em
mais de um ano, ao subir 1,98%.
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