São Paulo, quinta-feira, 15 de outubro de 2009

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Câmbio forte não é problema, diz "criador" do Bric

DENYSE GODOY
DA REPORTAGEM LOCAL

Jim O'Neill, chefe de pesquisa econômica do banco de investimentos Goldman Sachs alçado à condição de popstar do mercado financeiro global pela criação do termo Bric (grupo de potências emergentes formado por Brasil, Rússia, Índia e China), no começo da década, diz que o câmbio valorizado "não é necessariamente ruim" e, portanto, não deve estar entre as preocupações das autoridades do país.
Na sua avaliação, os preços das commodities agrícolas e minerais continuarão altos. Ele espera que em 2010 a taxa média de conversão fique em R$ 1,70 (mesma cotação de ontem) e reconhece que o valor pode prejudicar alguns setores exportadores. "Mas outras nações aprenderam a viver com o câmbio elevados", afirmou, ontem, em entrevista à imprensa, durante passagem por São Paulo.
Problema, mesmo, afirmou, é a parcela do PIB (Produto Interno Bruto) pela qual o governo é responsável. "Devido aos gastos para combater os efeitos da crise, outros países ficaram mais brasileiros [ao elevar dispêndios] neste ano. No entanto, é importante que no "pós-Lula" não se permita que tal porcentagem cresça mais, a não ser por objetivos muito específicos, como o investimento em educação e infraestrutura."
O economista acrescentou não conhecer os pré-candidatos à Presidência da República na eleição de 2010, mas disse que "quem ganhar não pode mexer nos fundamentos", referindo-se às linhas básicas de política econômica adotadas nos últimos anos.
"O fato de as expectativas sobre a inflação terem recuado é um ponto-chave [no recente avanço do país]."
Por isso, o Brasil tem que estar feliz com um crescimento anual ao redor de 5% -acima desse nível, devido aos limites da estrutura produtiva, haveria pressões sobre os preços.
"Depois, podemos pensar em 7%, porém o país não tem uma população grande o suficiente para alcançar um ritmo de 10%."


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