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Câmbio forte não é problema, diz "criador" do Bric
DENYSE GODOY
DA REPORTAGEM LOCAL
Jim O'Neill, chefe de pesquisa econômica do banco de
investimentos Goldman
Sachs alçado à condição de
popstar do mercado financeiro global pela criação do
termo Bric (grupo de potências emergentes formado por
Brasil, Rússia, Índia e China), no começo da década,
diz que o câmbio valorizado
"não é necessariamente
ruim" e, portanto, não deve
estar entre as preocupações
das autoridades do país.
Na sua avaliação, os preços
das commodities agrícolas e
minerais continuarão altos.
Ele espera que em 2010 a taxa média de conversão fique
em R$ 1,70 (mesma cotação
de ontem) e reconhece que o
valor pode prejudicar alguns
setores exportadores. "Mas
outras nações aprenderam a
viver com o câmbio elevados", afirmou, ontem, em entrevista à imprensa, durante
passagem por São Paulo.
Problema, mesmo, afirmou, é a parcela do PIB (Produto Interno Bruto) pela
qual o governo é responsável.
"Devido aos gastos para
combater os efeitos da crise,
outros países ficaram mais
brasileiros [ao elevar dispêndios] neste ano. No entanto,
é importante que no "pós-Lula" não se permita que tal
porcentagem cresça mais, a
não ser por objetivos muito
específicos, como o investimento em educação e infraestrutura."
O economista acrescentou
não conhecer os pré-candidatos à Presidência da República na eleição de 2010, mas
disse que "quem ganhar não
pode mexer nos fundamentos", referindo-se às linhas
básicas de política econômica adotadas nos últimos
anos.
"O fato de as expectativas
sobre a inflação terem recuado é um ponto-chave [no recente avanço do país]."
Por isso, o Brasil tem que
estar feliz com um crescimento anual ao redor de 5%
-acima desse nível, devido
aos limites da estrutura produtiva, haveria pressões sobre os preços.
"Depois, podemos pensar
em 7%, porém o país não tem
uma população grande o suficiente para alcançar um ritmo de 10%."
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