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'Prêmio foi merecido', dizem economistas
da Reportagem Local
O indiano Amartya Sen, ganhador do prêmio Nobel de Economia
deste ano, não estudou o Brasil,
mas a abrangência e profundidade
de suas idéias, aliadas aos dados de
desigualdade social que aproximam o país da Índia, são suficientemente fortes para que pesquisadores brasileiros considerem suas
teses em seus estudos.
Eduardo Giannetti da Fonseca e
Ricardo Henriques, por exemplo,
não só utilizam a obra de Sen como
julgam o prêmio merecido. Giannetti é economista da USP e colunista da Folha e Henriques é pesquisador do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada).
A premiação de Sen, apontam
ambos, é importante porque reforça a corrente do pensamento econômico que se opõe à linha da engenharia econômica, cuja tônica é
a ênfase na matemática.
Sen privilegia a filosofia e a ética
ou, de forma mais simplista, o lado
humano da economia. É dele o
conceito que está por trás do indicador de desenvolvimento usado
pela ONU (Organização das Nações Unidas) para comparar os
países, o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano), que considera,
por exemplo, o grau de escolaridade dos cidadãos.
Para Sen, o ponto de partida dos
indivíduos é importante. "Ele defende a equidade", diz Giannetti.
Já desigualdades, essas haverão
sempre. "A questão, segundo Sen,
é escolher quais desigualdades são
toleráveis para a sociedade que se
deseja", afirma Henriques. "No
Brasil, ele proporia medidas mais
agressivas de equidade", diz Giannetti.
(SILVANA QUAGLIO)
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