São Paulo, quinta, 15 de outubro de 1998

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'Prêmio foi merecido', dizem economistas

da Reportagem Local

O indiano Amartya Sen, ganhador do prêmio Nobel de Economia deste ano, não estudou o Brasil, mas a abrangência e profundidade de suas idéias, aliadas aos dados de desigualdade social que aproximam o país da Índia, são suficientemente fortes para que pesquisadores brasileiros considerem suas teses em seus estudos.
Eduardo Giannetti da Fonseca e Ricardo Henriques, por exemplo, não só utilizam a obra de Sen como julgam o prêmio merecido. Giannetti é economista da USP e colunista da Folha e Henriques é pesquisador do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada).
A premiação de Sen, apontam ambos, é importante porque reforça a corrente do pensamento econômico que se opõe à linha da engenharia econômica, cuja tônica é a ênfase na matemática.
Sen privilegia a filosofia e a ética ou, de forma mais simplista, o lado humano da economia. É dele o conceito que está por trás do indicador de desenvolvimento usado pela ONU (Organização das Nações Unidas) para comparar os países, o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano), que considera, por exemplo, o grau de escolaridade dos cidadãos.
Para Sen, o ponto de partida dos indivíduos é importante. "Ele defende a equidade", diz Giannetti. Já desigualdades, essas haverão sempre. "A questão, segundo Sen, é escolher quais desigualdades são toleráveis para a sociedade que se deseja", afirma Henriques. "No Brasil, ele proporia medidas mais agressivas de equidade", diz Giannetti. (SILVANA QUAGLIO)



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