SANDRA BALBI
DA REPORTAGEM LOCAL

O consumidor voltou às compras. Nos 12 primeiros dias deste mês, as consultas feitas pelas lojas ao Telecheque, para autorizar vendas, cresceram 16% em relação a igual período de outubro.
As consultas começaram a crescer no mês passado, registrando volume 8,28% superior ao de setembro, segundo dados divulgados ontem pelo Telecheque, empresa de verificação e garantia de cheques que atende 7.000 lojas no país. A inadimplência ficou praticamente estável, em 2,53% -0,09% acima da de setembro.
"Em outubro tivemos o primeiro sinal de retomada das vendas fora dos picos sazonais, como o Dia das Mães e o Dia dos Pais", diz Eliel Vilela, diretor do Telecheque. Segundo ele, os consumidores estão comprometendo a primeira parcela do 13º salário, a ser paga neste mês, comprando com cheques pré-datados.
Os pré-datados representam 65% do total de compras feitas com cheques que passam pelo sistema de consultas do Telecheque. Apenas 35% são compras à vista.
"As compras à vista estão sendo alimentadas pelos empréstimos com desconto na folha de salários, que permitem aos consumidores quitarem dívidas no cheque especial e voltarem às compras."
Os dados do Telecheque confirmam a tendência verificada também pela Associação Comercial de São Paulo. Em outubro, as consultas ao Usecheque, sistema de verificação de cheques da entidade, cresceram 9% em relação a setembro. Já as consultas feitas ao SPC (Serviço de Proteção ao Crédito) aumentaram 8,5%.
A associação estima que 80% das consultas são para compras parceladas, pagas com pré-datados, e 20% para compras à vista. Já as consultas ao SPC refletem o movimento do crediário -pagamentos com carnês.
Os dados da primeira quinzena deste mês serão divulgados na próxima segunda-feira. Mas, segundo Emílio Alfieri, economista da associação, "em novembro o ritmo diário de vendas continua igual ao de outubro". Ele estima aumento de 4,5% a 5% nas vendas pelo crediário, em novembro e em dezembro, em relação a igual período de 2002. "Tudo indica que a economia está retomando [o crescimento]."
A mesma opinião tem Vilela. Segundo ele, os lojistas estão mais otimistas com relação às vendas de final de ano. "As lojas estão contratando nossos serviços para treinar empregados temporários para trabalhar com cheques no final do ano", diz.
Além disso, há um mês os lojistas relutavam em vender em quatro parcelas, sem juros. "Agora, estão contratando nossos serviços de divulgação de vendas a prazo", acrescenta Vilela.


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