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São Paulo, sábado, 15 de novembro de 2003

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EFEITO DÓLAR

Receita com emissão de bilhetes internacionais cresce 56,8% em outubro; procura por vôos sobe desde junho

Câmbio estável aumenta viagens ao exterior

MAELI PRADO
DA REPORTAGEM LOCAL

Após a debandada de passageiros provocada pelos atentados de 11 de Setembro, retração da atividade econômica e instabilidade no câmbio, a ocupação nos vôos internacionais das principais companhias reagiu no segundo semestre deste ano.
A receita com emissão de bilhetes das companhias aéreas que operam vôos internacionais no Brasil cresceu 56,8% em outubro em relação ao mesmo mês do ano passado, de acordo com dados da Iata (Associação Internacional do Transporte Aéreo).
É o maior aumento para um mês desde setembro de 2001, quando ocorreram os atentados terroristas nos Estados Unidos.
Os aviões voltaram a decolar mais cheios a partir de junho, quando houve alta de 1,56% na receita, depois de retrações sucessivas. Desde então, os ganhos das empresas com emissões de bilhetes internacionais vêm crescendo: 11,3% em julho, 27,5% em agosto e 39% em setembro.
Muitas empresas -principalmente as que operam rotas para a Europa, que foram beneficiadas pelas restrições de visto para os Estados Unidos- estão com os vôos lotados e planejam aumentar sua oferta no fim do ano.
A percepção dos executivos das companhias é que a economia está reagindo e o dólar está estável, o que estimulou demanda até então reprimida. Em setembro, o brasileiro gastou US$ 63 milhões com turismo no exterior, ante US$ 38 milhões no mesmo mês de 2002, segundo o Banco Central.
"O brasileiro está começando a sair da toca", resume Ralf Aasmann, diretor de vendas no Brasil da alemã Lufthansa.
O executivo não detalha a ocupação da companhia mês a mês, mas afirma que, nos últimos meses, entre 85% e 90% dos assentos da companhia foram preenchidos por passageiros, ante 80% no mesmo período do ano passado.
Detalhe: desde outubro deste ano a Lufthansa opera três vôos extras por semana entre São Paulo e Frankfurt, na Alemanha.
A Varig, que possui a maior participação no mercado de viagens internacionais, sentiu também aumento de demanda de turistas estrangeiros. Neste ano, a companhia decidiu fretar oito vôos semanais entre Europa e Nordeste.
"A oferta foi reduzida, em 5%, mas a demanda aumentou 14% em outubro", afirmou o vice-presidente comercial da companhia, Alberto Fajerman.
As aeronaves da Air France, que voa de São Paulo e Rio de Janeiro para Paris, na França, também estão lotadas de julho para cá. Em outubro, a ocupação média da companhia foi de 80,3%, ante 69% no mesmo período de 2002.

Negócios
Apesar de amargarem prejuízo com a burocracia para tirar visto para os Estados Unidos, as companhias americanas também percebem melhora no mercado.
A American Airlines, por exemplo, pretende aumentar a oferta em cinco vôos semanais na rota Rio/Miami e em quatro vôos semanais no trecho São Paulo/Miami a partir de dezembro.
A United, companhia americana especializada em viagens de negócios, teve aumento na ocupação, mas reduziu a oferta em 10% ante 2002. Mesmo assim, atribui o aumento de assentos ocupados em outubro -76% neste ano, ante 51% no ano passado- ao crescimento na demanda.
Segundo a Favecc (fórum das agências de viagens de contas comerciais), os executivos realmente estão viajando mais -no primeiro semestre, o aumento foi de 32,8%, segundo a entidade-, mas estão trocando a classe executiva pela econômica.
"A alta ocorreu por causa do aumento das exportações e perspectivas de novos mercados internacionais para produtos ou serviços brasileiros, com destaque para o agronegócios", diz o presidente interino da Favecc, Mauro Schwartzmann.


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