São Paulo, sábado, 15 de novembro de 2008

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Vaivém das commodities

MAURO ZAFALON - mzafalon@folhasp.com.br

RECUPERAÇÃO
Após várias semanas em queda, o álcool começa a recuperar preço nas usinas paulistas. Nesta semana, o hidratado subiu 7,35% e o anidro ficou 3,11% mais caro, conforme acompanhamento do Cepea. O hidratado foi a R$ 0,7325 por litro, e o anidro, a R$ 0,9012 (esses preços não incluem os tributos).

FAZER CAIXA
Dois motivos podem estar por trás desse aumento, na avaliação de Antonio de Pádua Rodrigues, da Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar). Primeiro, passou o período crítico de as usinas terem de fazer caixa, quando são obrigadas a vender mais produtos para saldar compromissos de início de mês.

LINHA DE CRÉDITO
O segundo motivo, diz Pádua, é que a alta poder ser, também, o reinício de linhas de crédito. O setor foi um dos mais afetados pela crise financeira internacional porque depende muito de crédito tanto para as exportações de álcool como para as de açúcar.

AJUSTE FUNDAMENTAL
Esse ajuste de preço é positivo e fundamental, segundo Pádua. É necessário que haja equilíbrio entre oferta e demanda agora para diminuir a volatilidade de preços na entressafra. Se a demanda continuar se expandindo, principalmente devido a preços baixos, a oferta será menor na entressafra, acelerando as cotações.

DESCONFORTÁVEL
A crise financeira trouxe uma situação desconfortável para muitos moinhos de trigo. No início deste ano, quando o trigo estava com preços elevados, importaram cereal dos EUA e do Canadá com o dólar próximo de R$ 1,60. Agora, quando os preços do produto despencam, pagam esse trigo comprado lá fora com dólar a R$ 2,30.

OS SEM CRÉDITO
Saíram-se melhor os moinhos com pouco crédito, diz Lawrence Pih, do Moinho Pacífico. Também pagaram caro pelo trigo no mercado interno no início de ano -e foram obrigados a comprar da mão para a boca. Mas, agora, estão se abastecendo do produto nacional, sem a pressão do dólar.

LONGO PRAZO
O governo argentino quer exigir contratos de longo prazo nas exportações de trigo. Se isso for colocado em prática, será bom para a Argentina, mas ruim para o mercado, segundo Pih. As incertezas do mercado são tão grandes que dificultam essas operações, diz ele.

PLANTIO AVANÇA
O plantio de soja avançou para 52% da área a ser destinada à oleaginosa, segundo a AgRural. A novidade fica por conta dos Estados de Maranhão, Piauí e Tocantins, que também colocaram as máquinas em campo.


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