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Entidades vêem melhorias, mas pedem correções
DA REDAÇÃO
Embora apresente avanços, a Lei Geral das Micro e
Pequenas Empresas, sancionada ontem pelo presidente
Lula, ainda precisa ser aperfeiçoada, de acordo com entidades empresariais.
O presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do
Estado de São Paulo), Paulo
Skaf, disse que a lei representa uma espécie de reforma
tributária para a pequena
empresa, ao simplificar a cobrança de tributos. "A lei é
positiva, lutamos muito por
sua aprovação."
No entanto, segundo ele,
nas últimas semanas, correções que poderiam ter sido
realizadas foram deixadas de
lado. "Em vez de calcular o
imposto devido por meio de
seu faturamento, as empresas terão de realizar contas
tão complicadas que o próprio texto [aprovado] diz que
haverá um programa simplificado para fazê-las. Não dá
para entender como se chegará aos valores. Não entendo quem ganha com essas
complicações", disse.
O empresário, que participou com a Fiesp da frente
empresarial criada visando
aprovar a lei, disse ainda não
estar claro quem ficará responsável pela fiscalização do
Supersimples, nome do mecanismo que unifica tributos
federais, estaduais e municipais. "Há o risco de diferentes interpretações."
Skaf diz que essas correções ocorreriam por meio de
novos projetos de lei, e não
pela regulamentação.
Para o presidente da Assimpi (Associação Nacional
dos Simpi, os sindicatos estaduais da micro e pequena indústria), Joseph Couri, a lei
tem vários pontos positivos.
"Vai gerar crescimento e
mais empregos", disse.
Ele destacou a desoneração à exportação de pequenas e microempresas, a agilização dos trâmites para abrir
negócios e a preferência que
tais companhias terão em
compras do governo até
R$ 80 mil, entre outros.
Mas Couri disse que a lei
também possui equívocos,
como a atribuição de responsabilidade solidária do empresário individual antes da
própria empresa, em caso de
dívidas tributárias, fiscais e
trabalhistas, mesmo que a
companhia tenha recursos
para pagá-las. "É um desestímulo ao empresário."
Ele diz ainda que empresas
do setor de serviços que já estejam inseridas no Simples
terão aumento da carga tributária com as medidas.
Segundo ele, porém, os
avanços na lei representam
uma primeira fase. Ele afirmou que, nos próximos meses, a questão de flexibilização da legislação trabalhista
deve ser amplamente negociada, dentro de uma agenda
de desenvolvimento.
Ele disse que merecem ser
estudados novos mecanismos para incentivar a legalização das mais de 10 milhões
de pequenas e microempresas que, segundo estimativas,
estão na informalidade.
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