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INFRA-ESTRUTURA
Agronegócio e siderurgia estão entre as metas para este ano
Em 2003, BNDES emprestou 6% a mais do que em 2002
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
O BNDES (Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e
Social) desembolsou empréstimos em 2003 no valor de R$ 33 bilhões -6% a mais do que em
2002, quando a cifra havia ficado
em R$ 31 bilhões.
Para 2004, o orçamento do banco estatal, a principal fonte de financiamento de longo prazo no
país, será 43% maior, atingindo
R$ 47,3 bilhões.
Segundo o vice-presidente do
banco, Darc Costa, cinco setores
vão liderar os empréstimos: agronegócio, material de transporte
-aviões da Embraer, navios e vagões-, papel e celulose, metalurgia e siderurgia. Cada um deles terá cerca de R$ 1 bilhão a mais em
empréstimos.
A área de infra-estrutura (transportes, energia e telefonia, por
exemplo) do banco terá disponíveis R$ 15 bilhões para financiar
obras, especialmente no setor de
energia elétrica. É um acréscimo
de R$ 7 bilhões em relação ao orçamento da área em 2003.
Já o ramo de material de transporte ficará com R$ 5 bilhões. As
previsões de desembolsos em
2004 foram feitas com base nos
pedidos de empréstimo já formulados ao banco.
O BNDES também detalhou
suas fontes de financiamento em
2004. O retorno de empréstimos
antigos garantirá uma fatia de R$
33 bilhões no orçamento do banco. Do FAT (Fundo de Amparo ao
Trabalhador), virão R$ 11 bilhões.
De organismos internacionais,
cerca de R$ 3 bilhões. O resto será
captado no país e no exterior.
Neste ano, o BNDES prevê ampliar ainda empréstimos na área
social (microcrédito, saúde, educação, agricultura familiar etc.) de
R$ 1,5 bilhão em 2003 para R$ 3,9
bilhões.
O banco divulgou ontem apenas dados referentes a seus empréstimos. O balanço financeiro
ainda não está pronto, mas o vice-presidente do banco afirmou que
a instituição fechará 2003 no azul.
"O que eu posso dizer é que o
banco vai dar um lucro superior
ao de 2002", disse.
Naquele ano, a instituição teve
um resultado positivo de R$ 550
milhões. Por causa da provisão
para a possível inadimplência da
AES, o banco encerrou o primeiro
semestre de 2003 com prejuízo recorde de R$ 2,4 bilhões.
Costa disse que o acordo com a
AES fez com que o banco deixasse
de provisionar (reservar recursos
para cobrir inadimplência) perdas em seu balanço. "[A provisão]
Foi uma estratégia de negociação.
Não tínhamos mais nada a perder", afirmou.
Pelo acordo, o BNDES trocou
metade da dívida de US$ 1,2 bilhão por participações em empresas controladas pela AES, tornando-se sócio da companhia. Para
gerir esses ativos, foi criada uma
empresa (a Brasiliana) de cujo capital total o BNDES tem 54%, e a
AES, 46%.
O restante da dívida a AES pagará parceladamente.
Costa afirmou que seria possível
"fazer muito mais se fosse feita a
capitalização" que o BNDES negocia com o Tesouro. O BNDES
quer que o Tesouro injete R$ 15
bilhões no banco, permitindo aumentar seus empréstimos.
Costa afirmou que foi um ano
"difícil, mas o BNDES acabou tendo um bom desempenho". Ele reconheceu que a reestruturação do
banco, promovida pela atual gestão, "afetou o desempenho" no
começo do ano, quando foram registrados poucos empréstimos e
queda nos pedidos de crédito.
Disse, porém, que as mudanças
foram concluídas e que no final
do ano o ritmo voltou ao normal.
Nesta administração, toda a diretoria e boa parte das superintendências foram trocadas com o
objetivo de mudar o perfil de banco de investimento para banco de
desenvolvimento, segundo afirma o presidente do BNDES, Carlos Lessa.
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