São Paulo, sábado, 16 de janeiro de 2010

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BB levanta mais US$ 1 bi e prepara capitalização

Banco precisa de recursos para manter atual ritmo de liberação de crédito

Instituição assinou ontem contrato para administrar pagamentos da prefeitura paulistana e aumentar a sua presença em São Paulo


DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O Banco do Brasil iniciou uma nova operação de captação de recursos no exterior, a segunda em três meses, de acordo com fontes do mercado. Na operação, o BB conseguiu pelo menos US$ 1 bilhão.
O banco estatal vendeu US$ 500 milhões em títulos de cinco anos e outros US$ 500 milhões em papéis de dez anos. A operação foi coordenada pelo Deutsche Bank, JP Morgan, BB Securities e Votorantim. Oficialmente, o banco estatal não confirma a captação, que deve ser concluída na segunda.
Em outubro, o BB obteve um empréstimo de US$ 1,5 bilhão para reforçar a capacidade de expansão de crédito. Na época, o banco pretendia captar US$ 500 milhões com essa operação, mas decidiu rever o valor após a demanda dos investidores superar os US$ 13 bilhões. Além dessas emissões, a instituição prepara um novo lançamento de ações para se capitalizar. A operação deve ficar em cerca de R$ 8 bilhões. Dois terços desses papéis serão adquiridos pelo Tesouro Nacional, para que a União mantenha a participação atual no banco.
Esse reforço de capital é necessário para que a instituição mantenha o ritmo de empréstimos a partir de 2011. Outros dois bancos estatais, Caixa e BNDES, também já receberam ajuda financeira do governo. O crescimento na carteira de crédito dos bancos públicos deixou essas instituições próximas dos limites impostos pelas regras do Banco Central para concessão de empréstimos.
Em dezembro de 2008, por exemplo, o BB possuía R$ 15 de capital para garantir cada R$ 100 emprestados. Esse valor caiu para R$ 13 no final do ano passado. Pelas regras, do BC, os bancos que atuam no país precisam ter capital para cobertura de, no mínimo, 11% da sua carteira de crédito.

Prefeitura de SP
O BB deu ontem também o primeiro passo no que o presidente da instituição, Aldemir Bendine, chama de "estratégia agressiva" para o Estado ao assinar o contrato de centralização dos serviços bancários da Prefeitura de São Paulo.
O contrato prevê que, já a partir de fevereiro, os 211 mil servidores (ativos e inativos) e pensionistas e os 20 mil fornecedores da prefeitura passarão a receber pelo Banco do Brasil. A instituição terá exclusividade do crédito consignado dos servidores e da administração do caixa da prefeitura, que no final de novembro era de R$ 2,4 bilhões.
"O Banco do Brasil tem como projeto para 2010 ter uma atuação forte e destacada aqui no Estado", disse Bendine.

Colaborou EVANDRO SPINELLI, da Reportagem Local



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