São Paulo, sábado, 16 de janeiro de 1999

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MERCADO GLOBAL
Índice Dow Jones sobe 2,41%; ações brasileiras têm valorização em Wall Street
Câmbio livre leva a alta em NY

de Nova York

Impulsionada pela liberação do câmbio no Brasil, a Bolsa de Nova York subiu 2,41%, ou 219,62 pontos. O mercado avançou durante todo dia, seguindo as notícias de que a Bovespa estava em alta.
Ontem, o índice Dow Jones (que reúne as 30 ações mais negociadas no pregão) fechou o dia em 9.340,55 pontos.
O "efeito Brasil", apelido dado pelos operadores de Wall Street, havia sido responsável pela queda de 353 pontos na Bolsa de Nova York nos dois últimos dias. Havia o medo no mercado de que os problemas brasileiros pudessem afetar a economia norte-americana.
Todas as principais ações brasileiras negociadas no pregão terminaram o dia valorizadas (Telebrás, Brahma, Unibanco e Embratel, entre elas).
Cerca de 60% das compras de ações ontem foi efetuada pelos chamados "block buyers", os grupos fechados de investimentos, que fugiram da segurança dos bônus do tesouro dos EUA para voltar a injetar dinheiro em papéis.
Para analistas financeiros, o Brasil encontrou uma forma de atrair investidores estrangeiros e manter suas reservas em dólar.
Para Wayne Nordberg, analista de mercados emergentes da KBW Asset Management, a liberação do câmbio brasileiro era uma medida esperada pelo mercado. "Agora, poderemos ver como a economia se ajusta num patamar de verdade, não fixado pelo governo. Os investidores vão parar de especular contra a desvalorização do real. As próximas duas semanas serão decisivas para retomar a confiança no governo", disse.
Para Nordberg, a desvalorização do real não significa uma queda na taxa de juros, mas pode promover a alta das exportações e garantir um pouco mais de estabilidade econômica ao país.
William Dudley, da Goldman & Sachs, afirma que ainda há preocupação com o futuro da economia brasileira. "Foi uma medida sensata não comprometer as reservas para segurar a âncora do real, mas o desafio maior do governo é aprovar as medidas fiscais e evitar o colapso dos fundos de aposentadoria". Dudley diz que a preocupação continua existindo, mas o mercado acha que o Brasil respondeu de maneira sensata.



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