ROGER MARZOCHI
da Folha Vale

A unidade da Ford de Taubaté vai afastar na próxima segunda-feira mais 50 empregados. Com isso, em menos de uma semana, serão 551 dispensas, o que representa 54,2% dos 1.017 funcionários de produção da empresa. No total, a unidade emprega 1.350.
A informação sobre os novos afastamentos são do Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté. A assessoria de imprensa não confirmou o fato até as 19h de ontem.
A montadora estuda a demissão de 500 empregados devido à crise no setor.
Os 50 empregados que serão afastados na segunda-feira fazem parte da área responsável pela produção do conjunto de peças que compõem o tambor pesado para caminhões.
O setor tem um total de 85 empregados e vai passar a trabalhar em apenas um turno. Os empregados afastados ficarão de licença remunerada e devem voltar à empresa no dia 1º de fevereiro. Já os 434 dos 501 afastados na última segunda-feira, não tem prazo para voltar ao trabalho.
"A empresa não ter informado ao sindicato o afastamento foi uma grande falta de respeito. Nós estamos buscando uma solução para a crise e uma atitude como essa provoca muita intranquilidade", disse o diretor do sindicato na fábrica José Maria Mori.
Nova reunião foi marcada pela empresa para a próxima terça-feira para discutir o assunto.
Ontem, em São Bernardo, manifestantes organizados pela organização não-governamental Central de Movimentos Populares ocuparam uma concessionária da Ford para protestar contra as 2.800 demissões ocorridas em janeiro.
Participaram do protesto cerca de 60 pessoas, que ficaram na concessionária três horas.
Em Goiânia, cerca de 5.000 manifestantes da CUT (Central Única dos Trabalhadores) também fizeram um protesto em frente a uma revenda da Ford.
Na fábrica do ABC, os 2.800 demitidos mais uma vez ocuparam a unidade, que ficou com a linha de produção interrompida pela segunda semana.
Novas manifestações estão programadas pelo Sindicato dos Metalúrgicos do ABC para a próxima semana.