DA REDAÇÃO

A zona do euro (que reúne 12 países) continuou a sua desaceleração econômica no último trimestre do ano passado, registrando crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) de apenas 0,2%. Apesar dos bons resultados da França e da Espanha, a retração da Alemanha e da Itália puxou a taxa geral para baixo.
Já os 25 países da UE (União Européia) cresceram 0,3% no período, segundo estimativas da agência Eurostat divulgadas ontem.
No terceiro trimestre de 2004, a expansão havia sido de 0,3% tanto na zona do euro quanto nos 25 países da UE. O resultado do quarto trimestre foi uma surpresa negativa para o mercado. Analistas ouvidos pela agência de notícias Reuters haviam previsto aceleração na zona do euro no período, com expansão de 0,4%.
Em comparação a outras economias desenvolvidas, o resultado da zona do euro também foi fraco. No mesmo período, os Estados Unidos cresceram 0,8% e o Reino Unido, 0,7%.
No ano de 2004, porém, o resultado da região foi melhor. A economia da zona do euro teve uma expansão de 2%, a melhor taxa desde 2000. Em 2003, o crescimento na região foi de 0,5%.
Já nos 25 países que compõem a União Européia, o crescimento do PIB foi de 2,3% no ano passado, ante 0,9% em 2003.
Analistas dizem, porém, que a maior parte do crescimento da zona do euro aconteceu no primeiro semestre de 2004, antes da alta do petróleo e do euro.
A alta da moeda européia em relação ao dólar, que era cotada a US$ 1,20 em setembro e chegou a US$ 1,3667 em dezembro, preocupa líderes europeus, pois faz com que os produtos produzidos na região fiquem mais caros e menos competitivos em outros mercados mundiais.
Apesar do impacto do preço do euro nas exportações, a demanda doméstica fraca foi o principal fator para a desaceleração da economia na zona do euro, segundo analistas.

França e Espanha
A exceção ao crescimento fraco na região foi a França, que registrou uma expansão de 0,7% no quarto trimestre do ano passado.
Também foi registrada uma aceleração do crescimento na Espanha, que registrou uma expansão de 0,8% no final do ano, contra 0,6% no trimestre anterior.
De acordo com o Instituto Nacional de Estatísticas da Espanha, o número do país indica uma aceleração "tranqüila", baseada na demanda interna forte.
As quatro economias que tiveram retração no período (Alemanha, Itália, Grécia e Holanda), no entanto, respondem por cerca de 55% da produção da região.
A Alemanha teve uma queda de 0,2% no PIB no trimestre, enquanto a Itália registrou retração de 0,3%. Já a Holanda e a Grécia encolheram 0,1% no período.
Devido à desaceleração na região, a Comissão da UE revisou sua previsão de crescimento na zona do euro no primeiro trimestre para baixo, para entre 0,2% e 0,6%. Era de 0,3% a 0,7%.