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CRÉDITO
BNDES avalia possível corte do "spread" nos empréstimos
Cenário econômico abre caminho para redução da TJLP, diz Mantega
JANAINA LAGE
DA FOLHA ONLINE, NO RIO
O presidente do BNDES, Guido
Mantega, afirmou ontem que o
cenário econômico permite uma
redução da TJLP (Taxa de Juros
de Longo Prazo), atualmente em
9,75% ao ano. Depois da polêmica
sobre a taxa com o secretário do
Tesouro, Joaquim Levy, Mantega
disse que Selic e TJLP têm alvos e
objetivos distintos. A primeira taxa, voltada para o curto prazo,
precisaria ir atrás das alterações
no comportamento da inflação. Já
a segunda, destinada ao longo
prazo, teria "parâmetros próprios
para definir o seu montante".
Segundo Mantega, os fatores limitadores da TJLP são a meta de
inflação definida pelo Banco Central e o risco-país. "A composição
entre risco-país e inflação esperada no futuro aponta para uma
TJLP mais baixa", disse.
Para o presidente do banco de
fomento, o CMN (Conselho Monetário Nacional) compartilha da
mesma opinião. "Tanto tem concordado que tem mantido a TJLP
[no mesmo patamar], apesar de a
Selic estar subindo", afirmou.
Segundo Mantega, a tendência
de queda da taxa já poderia ser
confirmada na próxima reunião
do conselho. "O risco-país em
queda nos permitiria vislumbrar
uma redução da taxa na próxima
reunião do CMN que vai tratar
deste assunto", disse.
O presidente do BNDES anunciou também que encomendou
estudo para determinar a viabilidade de uma redução do "spread"
cobrado nas linhas de crédito do
banco. O "spread" consiste na diferença entre a taxa que os bancos
pagam para captar recursos e o
custo cobrado dos clientes nos
empréstimos. A declaração surgiu após críticas do ministro do
Desenvolvimento, Luiz Fernando
Furlan, ao patamar do "spread".
Segundo Mantega, a diferença
cobrada pelo banco se situa na faixa de 3,5% a 4%, de acordo com o
programa. Ele se mostrou reticente quanto à possibilidade de reduzir o percentual, pois o "spread"
engloba também o risco de crédito. "Estamos olhando a composição dos custos das nossas taxas.
Num primeiro momento, não estou vendo possibilidade de redução. Nessa taxa, 1,5% é risco de
crédito." Quando o BNDES não
assume o risco, ele é incorporado
aos custos do agente financeiro.
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