São Paulo, quarta-feira, 16 de fevereiro de 2005

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Operadora surgiu no ABC e vendeu pacote para Lula

DA REDAÇÃO

Fundada em maio de 1972 em Santo André, a CVC experimentou sua primeira impulsão no final daquela década, com o pleno emprego no ABC paulista. Até o presidente Luiz Inácio Lula da Silva viajou na época com pacote da operadora.
"Um horista da Volkswagen tinha uma renda de US$ 3.000 por mês", lembra Guilherme Paulus. "Aproveitamos bem aquele momento", afirmou.
Na época, diz o executivo, era difícil haver viagens em grupo. Em 1978, a empresa começou a organizar esses grupos, para atender principalmente aos grêmios de funcionários das indústrias da região.
Para ele, com isso foi feita uma "educação para a viagem" com os metalúrgicos. "Ensinar a planejar a viagem de um dia, depois de um fim de semana, depois do feriado prolongado e, enfim, das férias."
E a família do presidente Lula, à época metalúrgico e sindicalista, foi uma das clientes da CVC. "Foi a mulher dele [Marisa Letícia] quem comprou o pacote." A viagem foi para Caldas Novas e Goiânia.
No decorrer da década de 1980, a empresa de Paulus começou a negociar pacotes que incluíam trechos aéreos. E, em 1989, houve o caso que marcou a empresa até internacionalmente: a compra, de uma só vez, de 100 mil passagens da Vasp, o que, na época, representava 50% do movimento de um mês da aérea.
Ao longo dos anos 1990, houve o incremento de destinos para o exterior, incluindo fretamentos para alguns locais.
Hoje, o executivo administra uma empresa com 610 funcionários, mais de cem pontos-de-venda, incluindo dois no exterior, e que detém 60% do mercado turístico nacional. Para ele, a receita é boa administração e foco. "O que fez grandes operadoras como Soletur e Stella Barros quebrarem foi o foco. Não se pode depender só da viagem internacional. O dólar dispara, e aí?"
A inadimplência de seu negócio, quase totalmente auto-financiado, segundo Paulus, é baixa. "Fazemos o crédito direto com uma entrada de 25% que já seleciona o cliente. Acontece, claro, a pessoa pode perder o emprego", afirma. Mas, nesses casos, diz ele, o passageiro acaba pagando depois. "Sempre." (FSL)


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