São Paulo, quinta-feira, 16 de fevereiro de 2006

Próximo Texto | Índice

MERCADO ABERTO

Risco do Brasil é o que mais diminui

O risco-país do Brasil foi o que apresentou a maior queda nos últimos meses entre os emergentes. De outubro até ontem, o risco Brasil caiu de 359 para 231 pontos, uma redução de 35,7% em cinco meses.
Em outros emergentes, a queda também foi significativa, mas não tão expressiva quanto a do Brasil. No mesmo período de comparação, o risco-país da Venezuela caiu de 304 para 242 pontos, uma queda de 20,4%. Chama a atenção o fato de o risco-país do Brasil ter ficado mais baixo do que o da Venezuela.
Já o risco-país da Turquia baixou de 236 para 189 pontos, uma redução de 19,9%. O do México encolheu de 135 para 114 pontos, uma melhora de 15,5%. E o da Rússia caiu de 116 para 106 pontos, uma queda de 8,6%.
Para o economista Luiz Fernando Figueiredo, ex-diretor do Banco Central e atualmente sócio da Mauá Investimentos, esses números mostram que a melhora do risco-país não é uma exclusividade do Brasil, mas que o país, de uns meses para cá, tem aproveitado melhor esses tempos de bonança no mundo.
A queda do risco-país do Brasil nessas proporções é conseqüência direta da melhora sensível das contas externas do país. A origem dessa melhora é, sem dúvida, o resultado da balança comercial, com um superávit de US$ 44,5 bilhões. Com a montanha de recursos que entra no Brasil, o país teve condições de acumular reservas em torno de US$ 57 bilhões e baixar significativamente a dívida externa.
Segundo Luiz Fernando Figueiredo, o Brasil hoje apresenta uma situação inédita na história recente. O total de ativos cambiais é superior ao de dívida cambial. "Há um ou dois anos, essa situação era inimaginável", diz.
Tudo isso, de acordo com o ex-diretor do BC, faz com que melhorem muito as condições de vulnerabilidade do país para o caso de enfrentar uma nova crise externa ou interna.

REVENDEDORAS EM AÇÃO
A Avon acaba de acertar uma parceria com a USP (Universidade de São Paulo) na qual irá "emprestar" parte de sua rede de revendedoras autônomas para um dos principais programas de extensão universitária da instituição. Segundo o acordo, que envolve investimento de R$ 215 mil da companhia de cosméticos no Estação USP neste ano, as revendedoras, além de participarem de atividades como educação ambiental, peças e oficinas de teatro e de cinema, ajudarão a divulgar as ações da universidade, diz Luís Felipe Miranda, presidente da Avon. O programa, cujos temas de oficinas e atividades estarão relacionados ao universo feminino, ocorrerá neste ano em cidades do interior e do litoral paulista, como São Carlos e São Sebastião.

PARCERIA
Uma grande missão composta por autoridades do governo e de empresários da Nigéria desembarca na semana que vem no Brasil para participar de um seminário na Fiesp. A Nigéria é o país com o qual o Brasil tem o maior déficit comercial na sua balança. O país é um grande importador de petróleo nigeriano. No encontro, está prevista a assinatura de um acordo para elevar o comércio entre os dois países.

TELA QUENTE
O Santander Banespa renovou sua participação no Programa de Fomento ao Cinema Paulista e deverá investir R$ 1,2 milhão na edição 2006. No total, o programa, que é promovido pelo governo de São Paulo e será lançado logo após o Carnaval, soma R$ 7,3 milhões e beneficiará 30 filmes. Entre os cineastas premiados em 2005 estão Beto Brant ("Crime Delicado") e Kiko Goifmann ("Ato dos Homens").

CENTRALIZADO
A Wunderman Brasil conquistou a conta da Diageo, uma das maiores empresas do mundo no segmento de bebidas, para a América Latina. A agência, que pertence ao grupo britânico WPP, será responsável por criar e coordenar as ações de relacionamento da distribuidora em toda a região. Até essa concorrência, as ações da Diageo eram descentralizadas, e cada país adotava uma estratégia diferente.

DE ABADÁ
A Bavaria Premium, da cervejaria Kaiser, vai concentrar seus principais investimentos de verão no Carnaval da Bahia. O mercado, um dos principais do país para a marca, registrou um crescimento de 200% na distribuição da bebida em Salvador. As ações da cerveja incluem o patrocínio de camarotes, a produção e a distribuição de 500 mil latas temáticas e o lançamento de um filme nas redes de TV.

ONDA MUNDIAL
Cortar gastos ainda é a principal razão para que empresas de todo o mundo terceirizem trabalho em países de baixo custo. No entanto crescem motivações como obter fontes alternativas de fornecimento ou atender a demandas de clientes (à esq.), revela pesquisa recém-concluída pela consultoria Accenture. Outra conclusão é que produtos de maior valor agregado e serviços têm conquistado peso nessa pauta, em substituição a artigos têxteis e de vestuário, à medida que indústrias de países como China e Índia se modernizam.


Próximo Texto: Bancos do país cobram maior juro do planeta
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.