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TRABALHO
No ano anterior, aumento havia sido de 1,8%; renda teve alta de 3,4%, também abaixo do registrado em 2004
Emprego industrial cresce 1% em 2005
LUCIANA BRAFMAN
DA SUCURSAL DO RIO
O emprego industrial fechou
2005 com crescimento de 1,1% em
relação a 2004, de acordo com dados divulgados ontem pelo IBGE
(Instituto Brasileiro de Geografia
e Estatística). Ainda que positiva,
a taxa ficou abaixo da registrada
em 2004, quando foi de 1,8%.
Da mesma forma, a renda do
trabalhador (total da folha de pagamento) cresceu 3,4% no ano
passado, taxa inferior aos 9,7% registrados em 2004.
"Na média de 2005, os resultados foram positivos, mas o crescimento foi menos intenso. Além
disso, a base de comparação foi
2004, um ano de forte alta", afirmou Denise Cordovil, da Coordenação da Indústria do IBGE.
Cordovil, porém, ressalta que os
resultados dos últimos meses do
ano foram negativos, apontando
para uma tendência decrescente
tanto na ocupação como na renda
do trabalhador industrial. Em dezembro, a ocupação caiu 0,2% e a
renda, 1,2% em relação ao mês
anterior, na série livre de influências sazonais.
Os dados no emprego e na renda refletem a queda da produção
industrial, de acordo com o economista Guilherme Maia, da consultoria Tendências. "Em 2004, o
ritmo foi forte, de 8,3%. Continuou favorável até meados do segundo trimestre de 2005, quando
a economia estava crescendo. A
desaceleração no emprego e na
renda a partir do meio do ano é
conseqüência da queda da atividade industrial, devido à menor
confiança dos empresários."
Assim, no quarto trimestre do
ano passado, houve queda de
0,4% na taxa de ocupação em
comparação ao trimestre anterior, que já registrava menos
0,3%. A renda, por sua vez, caiu
2,6% no último trimestre, após recuar 0,5% no período anterior.
Análise do Iedi (Instituto de Estudos para o Desenvolvimento
Industrial) confirma isso. "O sinal
de alerta já vinha sendo dado há
alguns meses: crescentemente, o
emprego industrial perdia fôlego,
na medida em que transcorria
2005. No fechamento do ano, o
saldo ainda foi positivo, mas, na
margem, o atual quadro do setor é
de retração no emprego."
De acordo com o IBGE, os destaques positivos que contribuíram para a taxa de ocupação de
1,1% no ano passado foram os setores de alimentos e bebidas
(7,1%), devido às exportações, e
os de bens de consumo duráveis,
sobretudo o de meios de transporte (9,0%), favorecido pelas
condições de crédito.
As principais influências negativas ocorreram nos setores de calçados e artigos de couro (-11,7%)
e madeira (-9,0%), onde as demissões ocorreram em número
maior do que as admissões. A
causa, de acordo com o IBGE, foi
a forte concorrência de produtos
importados nesses segmentos,
devido à valorização cambial.
Por regiões, as maiores altas na
ocupação foram registradas em
São Paulo (2,3%) e em Minas Gerais (3,9%). O Rio Grande do Sul
teve o pior desempenho (-6,3%).
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