São Paulo, quinta-feira, 16 de fevereiro de 2006

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TRABALHO

No ano anterior, aumento havia sido de 1,8%; renda teve alta de 3,4%, também abaixo do registrado em 2004

Emprego industrial cresce 1% em 2005

LUCIANA BRAFMAN
DA SUCURSAL DO RIO

O emprego industrial fechou 2005 com crescimento de 1,1% em relação a 2004, de acordo com dados divulgados ontem pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Ainda que positiva, a taxa ficou abaixo da registrada em 2004, quando foi de 1,8%.
Da mesma forma, a renda do trabalhador (total da folha de pagamento) cresceu 3,4% no ano passado, taxa inferior aos 9,7% registrados em 2004.
"Na média de 2005, os resultados foram positivos, mas o crescimento foi menos intenso. Além disso, a base de comparação foi 2004, um ano de forte alta", afirmou Denise Cordovil, da Coordenação da Indústria do IBGE.
Cordovil, porém, ressalta que os resultados dos últimos meses do ano foram negativos, apontando para uma tendência decrescente tanto na ocupação como na renda do trabalhador industrial. Em dezembro, a ocupação caiu 0,2% e a renda, 1,2% em relação ao mês anterior, na série livre de influências sazonais.
Os dados no emprego e na renda refletem a queda da produção industrial, de acordo com o economista Guilherme Maia, da consultoria Tendências. "Em 2004, o ritmo foi forte, de 8,3%. Continuou favorável até meados do segundo trimestre de 2005, quando a economia estava crescendo. A desaceleração no emprego e na renda a partir do meio do ano é conseqüência da queda da atividade industrial, devido à menor confiança dos empresários."
Assim, no quarto trimestre do ano passado, houve queda de 0,4% na taxa de ocupação em comparação ao trimestre anterior, que já registrava menos 0,3%. A renda, por sua vez, caiu 2,6% no último trimestre, após recuar 0,5% no período anterior.
Análise do Iedi (Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial) confirma isso. "O sinal de alerta já vinha sendo dado há alguns meses: crescentemente, o emprego industrial perdia fôlego, na medida em que transcorria 2005. No fechamento do ano, o saldo ainda foi positivo, mas, na margem, o atual quadro do setor é de retração no emprego."
De acordo com o IBGE, os destaques positivos que contribuíram para a taxa de ocupação de 1,1% no ano passado foram os setores de alimentos e bebidas (7,1%), devido às exportações, e os de bens de consumo duráveis, sobretudo o de meios de transporte (9,0%), favorecido pelas condições de crédito.
As principais influências negativas ocorreram nos setores de calçados e artigos de couro (-11,7%) e madeira (-9,0%), onde as demissões ocorreram em número maior do que as admissões. A causa, de acordo com o IBGE, foi a forte concorrência de produtos importados nesses segmentos, devido à valorização cambial.
Por regiões, as maiores altas na ocupação foram registradas em São Paulo (2,3%) e em Minas Gerais (3,9%). O Rio Grande do Sul teve o pior desempenho (-6,3%).


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