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Entidade diz que tinha razão nas críticas
RAPHAEL GOMIDE
DA SUCURSAL DO RIO
O coordenador de Pesquisa da
Parceria Africa Canadá (PAC),
Ian Smillie, afirmou ontem à Folha que a "Operação Carbono" da
Polícia Federal, com prisão de seis
pessoas, demonstra que o relatório da entidade, criticado oficialmente três vezes pelo Departamento Nacional de Produção Mineral, está correto e foi levado em
consideração pelas autoridades
brasileiras. "Essa operação é indicativa de que parte das autoridades brasileiras prestaram atenção
ao nosso trabalho", disse, em entrevista por telefone.
Smillie também considerou
"curioso" que um dos presos pela
PF, sob acusação de falsificar certificados, tenha sido Luiz Eduardo
Machado Castro, chefe do distrito
de Minas Gerais do DNPM e autor de relatório usado como base
para a delegação brasileira atacar
o documento da PAC. O relatório
critica o sistema de controle e certificação de diamantes do Brasil.
"Fomos criticados três vezes,
duas delas em encontros do Kimberley, em Moscou. Todo o sistema está errado e não precisamos
de muito tempo para demonstrar
isso", afirmou.
Smillie disse ainda que ficou
"surpreso" com o fato de a delegação brasileira, depois de um primeiro protesto ao documento em
evento em junho de 2005, voltou à
carga em novembro. "Houve uma
reação infeliz. Não sei por que insistiram. Talvez porque haveria
uma revisão do processo Kimberly e estivessem preocupados e
quisessem ter certeza de que no
Kimberly não prestariam atenção
ao nosso documento." Segundo
ele, a PAC pretende enviar nova
missão de investigação ao Brasil
"tão logo seja possível" e está estudando cuidadosamente a situação do país.
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