São Paulo, quinta-feira, 16 de fevereiro de 2006

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Entidade diz que tinha razão nas críticas

RAPHAEL GOMIDE
DA SUCURSAL DO RIO

O coordenador de Pesquisa da Parceria Africa Canadá (PAC), Ian Smillie, afirmou ontem à Folha que a "Operação Carbono" da Polícia Federal, com prisão de seis pessoas, demonstra que o relatório da entidade, criticado oficialmente três vezes pelo Departamento Nacional de Produção Mineral, está correto e foi levado em consideração pelas autoridades brasileiras. "Essa operação é indicativa de que parte das autoridades brasileiras prestaram atenção ao nosso trabalho", disse, em entrevista por telefone.
Smillie também considerou "curioso" que um dos presos pela PF, sob acusação de falsificar certificados, tenha sido Luiz Eduardo Machado Castro, chefe do distrito de Minas Gerais do DNPM e autor de relatório usado como base para a delegação brasileira atacar o documento da PAC. O relatório critica o sistema de controle e certificação de diamantes do Brasil.
"Fomos criticados três vezes, duas delas em encontros do Kimberley, em Moscou. Todo o sistema está errado e não precisamos de muito tempo para demonstrar isso", afirmou.
Smillie disse ainda que ficou "surpreso" com o fato de a delegação brasileira, depois de um primeiro protesto ao documento em evento em junho de 2005, voltou à carga em novembro. "Houve uma reação infeliz. Não sei por que insistiram. Talvez porque haveria uma revisão do processo Kimberly e estivessem preocupados e quisessem ter certeza de que no Kimberly não prestariam atenção ao nosso documento." Segundo ele, a PAC pretende enviar nova missão de investigação ao Brasil "tão logo seja possível" e está estudando cuidadosamente a situação do país.


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