São Paulo, sexta-feira, 16 de fevereiro de 2007

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BNDES terá R$ 1 bi para implantação da TV digital

Governo também libera R$ 14,6 milhões para desenvolvimento de chip nacional

Banco cria empréstimos para novos fornecedores de equipamentos, empresas de radiodifusão e produção de programas na tecnologia


DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) terá R$ 1 bilhão para financiar a implantação da TV digital no país até 2013.
O banco estatal criou três tipos de empréstimos para o setor: um que vai atender os fornecedores de equipamentos, outro para as empresas de radiodifusão e um terceiro para a produção de programas na nova tecnologia.
"Estamos procurando maximizar o impacto econômico positivo da implantação do novo padrão digital em toda a economia", explicou o presidente do BNDES, Demian Fiocca, após o anúncio da liberação dos recursos, ontem, em cerimônia no Palácio do Planalto.
O governo também liberou R$ 14,6 milhões a fundo perdido para o desenvolvimento de um chip com tecnologia nacional. O projeto será desenvolvimento em parceria entre a PUC-RS e o Ceitec (Centro de Excelência em Tecnologia Eletrônica Avançada), ligado ao Ministério da Ciência e Tecnologia.
Para garantir que o dinheiro não ficará parado, o BNDES também reduziu o limite para os empréstimos pedidos diretamente ao banco. A regra atual estabelece que apenas operações de mais de R$ 10 milhões sejam feitas com o BNDES.
No caso dos fornecedores de equipamentos, o valor poderá variar entre R$ 400 mil e R$ 1 milhão, dependendo do tipo de investimento. Para as empresas de radiodifusão, o piso é de R$ 5 milhões, e para a produção de conteúdo, de R$ 3 milhões, no mínimo.
"A principal vantagem nesse caso é a disposição em fazer [o empréstimo]. Pode haver casos em que o agente privado tenha menor interesse, e o BNDES, como quer aproveitar essa oportunidade para fomentar a indústria do audiovisual, tem maior propensão a fazer a operação", explicou Fiocca.
A linha de financiamento mais barata será para que os fornecedores de equipamentos invistam em pesquisa e desenvolvimento de tecnologias para o setor. Nesses casos, além de financiar todo o projeto, o governo cobrará juros fixos de 6% ao ano.

Juros variáveis
Em todas as outras linhas de crédito, a taxa de juros será variável: dependerá da variação da TJLP (Taxa de Juros de Longo Prazo), hoje em 6,5% ao ano, juros que vão variar entre 1% ao ano e 3% ao ano, além de uma outra taxa que varia de 0,8% ao ano a 1,8% ao ano para cobrir o risco individual de cada empresa.
Não há um cronograma predefinido para a liberação dos recursos e nem limites para cada um dos setores. "Não há razão para uma corrida [por achar] que pode acabar o orçamento. Nós imaginamos que esse R$ 1 bilhão será suficiente para todos os investimentos desse novo ciclo que se abre com a mudança do padrão tecnológico", assegurou o presidente do BNDES.
O cronograma do governo estabelece que até 2013 a implantação da TV digital esteja concluída para que em 2018 o sistema atual seja eliminado. A transmissão dos primeiros programas com tecnologia digital está marcada para dezembro.


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