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BNDES terá R$ 1 bi para implantação da TV digital
Governo também libera R$ 14,6 milhões para desenvolvimento de chip nacional
Banco cria empréstimos para novos fornecedores de equipamentos, empresas de
radiodifusão e produção de programas na tecnologia
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O BNDES (Banco Nacional
de Desenvolvimento Econômico e Social) terá R$ 1 bilhão para financiar a implantação da
TV digital no país até 2013.
O banco estatal criou três tipos de empréstimos para o setor: um que vai atender os fornecedores de equipamentos,
outro para as empresas de radiodifusão e um terceiro para a
produção de programas na nova tecnologia.
"Estamos procurando maximizar o impacto econômico
positivo da implantação do novo padrão digital em toda a economia", explicou o presidente
do BNDES, Demian Fiocca,
após o anúncio da liberação dos
recursos, ontem, em cerimônia
no Palácio do Planalto.
O governo também liberou
R$ 14,6 milhões a fundo perdido para o desenvolvimento de
um chip com tecnologia nacional. O projeto será desenvolvimento em parceria entre a
PUC-RS e o Ceitec (Centro de
Excelência em Tecnologia Eletrônica Avançada), ligado ao
Ministério da Ciência e Tecnologia.
Para garantir que o dinheiro
não ficará parado, o BNDES
também reduziu o limite para
os empréstimos pedidos diretamente ao banco. A regra atual
estabelece que apenas operações de mais de R$ 10 milhões
sejam feitas com o BNDES.
No caso dos fornecedores de
equipamentos, o valor poderá
variar entre R$ 400 mil e R$ 1
milhão, dependendo do tipo de
investimento. Para as empresas de radiodifusão, o piso é de
R$ 5 milhões, e para a produção
de conteúdo, de R$ 3 milhões,
no mínimo.
"A principal vantagem nesse
caso é a disposição em fazer [o
empréstimo]. Pode haver casos
em que o agente privado tenha
menor interesse, e o BNDES,
como quer aproveitar essa
oportunidade para fomentar a
indústria do audiovisual, tem
maior propensão a fazer a operação", explicou Fiocca.
A linha de financiamento
mais barata será para que os
fornecedores de equipamentos
invistam em pesquisa e desenvolvimento de tecnologias para
o setor. Nesses casos, além de
financiar todo o projeto, o governo cobrará juros fixos de 6%
ao ano.
Juros variáveis
Em todas as outras linhas de
crédito, a taxa de juros será variável: dependerá da variação
da TJLP (Taxa de Juros de
Longo Prazo), hoje em 6,5% ao
ano, juros que vão variar entre
1% ao ano e 3% ao ano, além de
uma outra taxa que varia de
0,8% ao ano a 1,8% ao ano para
cobrir o risco individual de cada empresa.
Não há um cronograma predefinido para a liberação dos
recursos e nem limites para cada um dos setores. "Não há razão para uma corrida [por
achar] que pode acabar o orçamento. Nós imaginamos que
esse R$ 1 bilhão será suficiente
para todos os investimentos
desse novo ciclo que se abre
com a mudança do padrão tecnológico", assegurou o presidente do BNDES.
O cronograma do governo estabelece que até 2013 a implantação da TV digital esteja concluída para que em 2018 o sistema atual seja eliminado. A
transmissão dos primeiros programas com tecnologia digital
está marcada para dezembro.
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