São Paulo, terça-feira, 16 de março de 2004

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RETOMADA?

Produção no Estado sobe 4,6% em relação a janeiro de 2003, diz IBGE

SP puxa a recuperação da indústria

PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO

Em janeiro, a produção da indústria cresceu em 7 das 12 áreas pesquisadas pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e mostrou sinais de retomada do consumo doméstico.
O destaque positivo ficou com São Paulo, onde a indústria produziu 4,6% mais do que em janeiro de 2003. Foi o sexto crescimento consecutivo e a segunda maior taxa desde o início da recuperação, em agosto.
Segundo Isabela Nunes, economista da Coordenação de Indústria do IBGE, o resultado "é importante porque o Estado representa um "mini-Brasil". Sua produção é diversificada, mais voltada para mercado interno -que começa a reagir agora- e corresponde a 40% da indústria".
Na avaliação de Nunes, a reação da indústria paulista está sendo conduzida tanto por produtos voltados para exportação ou ligados ao agronegócio (motores para equipamentos agrícolas e aço) como por itens destinados ao consumo doméstico (óleo combustível e diesel). O resultado de São Paulo está puxando para cima a indústria nacional, cujo crescimento médio ficou em 1,7% na comparação com janeiro de 2003.
Segundo Nunes, o ano começou melhor, com a indústria paulista operando num patamar de produção mais alto. Entre os motivos, está a expansão do crédito, que fez crescer a fabricação de bens duráveis -em geral, adquiridos a prazo. Em 2003, a indústria paulista registrou crescimento de 0,6%, um pouco mais do que a média nacional (0,3%).
Por outro lado, os ramos que dependem mais do aumento do rendimento do trabalhador e da massa de salários, como os bens não-duráveis, ainda apontam retração. É o caso do vestuário, cuja queda ficou em 19,9% em janeiro.
Também tiveram, em janeiro, expansão maior do que a média da indústria nacional o Rio Grande do Sul (11,3%), a região Sul (4,7%) e Santa Catarina (3,3%).
Em dois Estados, o desempenho foi afetado pela menor produção de petróleo. Como decorrência de paradas em duas plataformas, o Espírito Santo teve queda de 5,1%. Também por causa da indústria extrativa mineral, o Rio apresentou taxa negativa: 5,9%.
De acordo com Nunes, o crescimento em dezembro havia sido mais generalizado (8 das 12 áreas pesquisadas tiveram expansão). Ocorre, porém, que nos locais onde houve expansão em janeiro o crescimento foi mais intenso.


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