São Paulo, quarta-feira, 16 de março de 2005

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MERCADO ABERTO

Liquigás discute parceria com rivais

A Liquigás, controlada pela BR Distribuidora, deu partida ontem a um novo plano de investimento para tentar baixar o preço do gás. A empresa, a terceira maior do país no setor, investirá neste ano R$ 60 milhões para tentar uma série de melhorias na produção e na logística e, assim, baratear o botijão de gás.
Dentro desse processo de busca de ganhos de produtividade, a Liquigás tem conversado com outras empresas do setor com o objetivo de encontrar formas de realizarem operações conjuntas, como a exploração de parques de engarrafamento comuns. As negociações estão bem avançadas e podem ser concluídas em breve.
O novo plano estratégico foi confirmado ontem por Rodolfo Landim, presidente da BR e do conselho de administração da Liquigás. Segundo ele, as empresas têm que ser concorrentes na área comercial, mas, na produção, elas precisam encontrar meios para baratear o custo.
As principais empresas do setor são a Ultragaz, com 24,8% do mercado, a SHV, com 23%, a Liquigás, com 21,8%, e a Nacional Gás Butano, com 19,8%. Todas participam das conversas.
Em reunião do conselho ontem, a Liquigás também aprovou um novo plano de marketing, com um novo logotipo e uma nova campanha, cujo slogan será "a energia que leva vida aos brasileiros". A Liquigás quer disputar a liderança do mercado.
A empresa foi criada no início do ano com os ativos nesse setor da Agip no Brasil e os da própria BR Distribuidora.
A empresa da BR também pretende montar um plano para combater a informalidade do mercado, principalmente nas revendas. São cerca de 200 mil revendedores informais que existem no mercado.
Nos últimos dias, tem circulado a notícia de que Landim poderia ocupar uma diretoria na Petrobras. Ele nega os boatos. "O meu objetivo é fazer a maior inclusão possível na Liquigás."

CASO KROLL
Daniel Dantas e Carla Cicco (Brasil Telecom) foram intimados pela Polícia Federal a depor no caso Kroll. Um delegado da PF de Brasília viajou ontem ao Rio para colher os depoimentos. Dantas e Cicco alegaram que estão no exterior e não depuseram. Outros personagens no caso serão ouvidos.

REFORÇO
A TAM recebeu um novo Airbus A320 e, no fim de semana, obterá outro igual. A empresa passará a ter 46 aeronaves da família A319/320. Os A320 serão para rotas domésticas, Buenos Aires e Santiago.

BAIXO IMPACTO
A alta de 6,8% do dólar em março não deve ter forte impacto na inflação, diz Fernando de Holanda Barbosa, da FGV-RJ. O economista afirma que o "pass through" (repasse aos preços da variação do câmbio) é baixo no país e que a alta deve ser sentida só no atacado.

LIDERANÇA
Segundo dados da AC/Nielsen de fevereiro, a Skol possui uma participação de mercado de 33,2%. A Antarctica está em terceiro (11,3%).

FOCO NA INBEV
O empresário Jorge Paulo Lemann decidiu sair dos conselhos de administração da Gillette e da Swiss Re. Na semana passada, ele informou o fato à Gillette. Em maio, será a vez da Swiss Re. Lemann está desde 98 no conselho das duas, mas decidiu se afastar para se concentrar exclusivamente na InBev. Ele só continuará nos conselhos de Harvard e da DaimlerChrysler, cujas reuniões ocorrem uma vez ao ano.

SER OU NÃO SER
A quarentena do ex-presidente do Banco do Brasil Cassio Casseb termina na próxima semana. O ex-presidente ainda não decidiu para onde irá depois disso. "Estou namorando várias empresas, mas ainda não casei com ninguém", afirmou. Por enquanto, Casseb tem utilizado o escritório do seu ex-sócio e ex-presidente da Petrobras Henri Philippe Reichstul. Casseb afirma que não será sócio de Reichstul novamente.

RECEITA DE HOTEL
Café da manhã como cortesia é o que mais pesa na decisão de escolha em um hotel cinco estrelas, seguido de "late check-out" (saída do apartamento depois das 18h) e uma diária gratuita a cada dez pagas. Foi o que apontou uma pesquisa realizada em fevereiro entre os hóspedes do hotel Clarion Jardim Europa. O empreendimento de luxo é administrado pela rede Atlantica Hotels International, em São Paulo.

ANO POSITIVO

As empresas de capital aberto reduziram em 2004 seu endividamento, segundo um levantamento com 85 companhias que divulgaram o balanço até o dia 8, excluídos a Petrobras e o setor bancário. A média da relação dívida bruta sobre o patrimônio líqüido caiu pelo segundo ano, para 75,7%, e a mediana, para 64,6%. O analista Gustavo Pedreira, da ABM Consulting, cita como razões a melhora nos resultados das empresas, o custo menor de endividamento, com juro e dólar em níveis médios abaixo dos de 2003, e a maior facilidade para captar no exterior, a juros menores.

BOM PRA CACHORRO

O crescimento da população de animais de estimação e a maior preocupação dos donos com a saúde de seus bichos têm ajudado o setor das pet shops a crescer 20% ao ano, de acordo com estudo do Sebrae/SP.
No Pet Center, uma pet shop com mais de 4.000 metros quadrados de área, a alta nas vendas em 2004 passou de 80%, de acordo com Sergio Zimerman, coordenador geral da loja.
Mas o crescimento não se limita às lojas. A confecção de roupas para cães Boomer Dog Wear exportou 5.000 peças em 2004 para Estados Unidos, Portugal, Espanha e Japão, contra 2.000 unidades no ano anterior.


GUILHERME BARROS, com Marcelo Pinho e Marcelo Sakate
E-mail - guilherme.barros@uol.com.br



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