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EXPORTAÇÕES
Estados querem repasse extra do governo federal
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O governador de Minas Gerais,
Aécio Neves (PSDB), apresentou
ontem ao ministro Antonio Palocci Filho (Fazenda) proposta
pela qual a União garantiria R$
900 milhões a mais de repasse aos
Estados como ressarcimento da
desoneração das exportações.
Somado aos R$ 4,3 bilhões previstos no Orçamento e aos R$ 2
bilhões do FPEX -fundo formado a partir de 10% da receita do
IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados)-, o total para os
Estados chegaria a R$ 7,2 bilhões
neste ano, contra R$ 6,5 bilhões
no ano passado.
Na verdade, a proposta de Aécio
visa garantir apenas o que foi
acertado em dezembro passado.
O governo só aceitou repassar os
R$ 900 milhões adicionais se a arrecadação neste ano permitisse.
Pela proposta de Aécio, os R$ 900
milhões seriam liberados independentemente da arrecadação.
O governador não quis dar detalhes da proposta. "O ministro
disse que gostou da proposta, mas
pediu dois dias para avaliação,
para que seja divulgada somente
após a equação montada, a fim de
não atrapalhar a negociação com
os governadores", disse Aécio.
Pelo novo formato, segundo as
contas de Aécio, os Estados arcariam com apenas 50% da isenção
de ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços)
sobre vendas externas, cabendo a
parte restante ao governo federal.
Segundo ele, hoje os Estados ficam com cerca de 80% da conta.
Aécio disse que o ministro ficou
de analisar a proposta até amanhã. O governador acredita que,
uma vez fechado o acordo com a
Fazenda, a matéria poderia ser
aprovada pelo Congresso em 30
dias. "Vejo grande possibilidade,
pela primeira vez, de resolver essa
questão", disse.
Ele afirmou que já falou com os
governadores dos outros grandes
Estados exportadores e que eles
concordam com o novo modelo.
Disse ter conversado com Palocci
em outras ocasiões e que teria lhe
pedido para formalizar a idéia.
Questionado se a proposta de
aumentar os repasses para os Estados seria uma contrapartida ao
desejo do governo de ter a reforma tributária votada em bloco na
Câmara no dia 29 deste mês, Aécio afirmou que eram duas coisas
"complementares".
Deputados da comissão da reforma tributária se reuniram ontem na Câmara com técnicos do
governo federal para tratar da reforma. A reunião não foi conclusiva. Hoje, secretários estaduais se
reúnem no Ministério da Fazenda
para tratar do tema.
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