São Paulo, quinta-feira, 16 de março de 2006

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CÂMBIO

Somente em duas semanas deste mês ingresso somou US$ 3,39 bi; em fevereiro foram US$ 7,75 bi, e, no ano, US$ 13,09 bi

Entrada de dólares no país continua elevada

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O fluxo de dólares para o Brasil permaneceu elevado nas duas primeiras semanas deste mês, segundo dados preliminares do Banco Central. Nesse período, o país recebeu o equivalente a US$ 3,392 bilhões referentes a operações comerciais e financeiras.
Em fevereiro, o ingresso de divisas foi de US$ 7,750 bilhões -o valor mais alto registrado pelo BC desde 1998. Neste ano, o fluxo já chega a US$ 13,091 bilhões.
A principal fonte de dólares continua sendo a balança comercial. Neste mês, os exportadores trouxeram US$ 4,178 bilhões para o Brasil, mais do que o suficiente para compensar as remessas de US$ 2,204 bilhões feitas por importadores no mesmo período.
As operações financeiras -que se referem, principalmente, a empréstimos contraídos no exterior e a investimentos estrangeiros-, também nas duas primeiras semanas deste mês, responderam pela entrada líquida de US$ 1,417 bilhão no país.

Dólar em queda
Os números ajudam a explicar a contínua queda do dólar: diante da grande oferta de divisas no mercado, são poucos os motivos que poderiam fazer com que a cotação da moeda subisse.
Para Marcelo Salomon, economista-chefe do Unibanco, se depender da situação das contas externas, o real ainda vai continuar valorizado por algum tempo. "O balanço de pagamentos continua bem equilibrado, e os juros reais ainda são muito altos, o que ajuda a explicar a valorização do real."
Os juros altos estimulam a entrada de capitais estrangeiros, que são atraídos pela alta rentabilidade oferecida por títulos de renda fixa negociados no Brasil. Essa tendência pode se reforçar com a medida, tomada pelo governo no início do ano, de isentar do IR os investidores externos que aplicam em títulos públicos.
Para Salomon, o que pode puxar o dólar um pouco para cima é o processo eleitoral. Embora considere bem pouco provável que turbulências como as das eleições de 2002 se repitam, o economista afirma que as propostas dos candidatos precisarão ser acompanhadas de perto.
"O que se ouve nos dois partidos [PT e PSDB] é a defesa de um câmbio mais desvalorizado e de juros mais baixos. Tudo vai depender das propostas de como se vai chegar lá", afirma Salomon. Ele ressalta, porém, que "grandes mudanças não vão acontecer", e diz que, mesmo com as eleições de outubro, o dólar deve encerrar o ano perto de R$ 2,25.


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