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Inflação maior nos EUA não afeta Bolsas
PPI, que mede os preços ao produtor, sobe mais que o esperado, mas núcleo fica mais perto da estimativa e mercados não reagem
Bovespa registra leve recuo de 0,02%, e Dow Jones avança 0,22%; expectativa hoje é para a divulgação
do índice ao consumidor
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Os dados de inflação americana divulgados ontem vieram
pior que o esperado, o que fez
os mercados nos EUA e no Brasil terem um dia fraco, alternando momentos de pequenas
altas e baixas.
A Bolsa de Valores de São
Paulo terminou com leve recuo
de 0,02% ontem.
Em Wall Street, o índice Dow
Jones subiu 0,22%. A Bolsa eletrônica Nasdaq subiu 0,29%.
Se os números do PPI (inflação ao produtor dos EUA) de
fevereiro vieram bem acima do
esperado, o índice de atividade
manufatureira na indústria de
Nova York mostrou queda importante em março.
Hoje, é a vez de o CPI (índice
de preços ao consumidor dos
EUA) ser apresentado. Uma
nova surpresa negativa no índice de preços pode atrapalhar o
desempenho dos mercados financeiros.
O PPI subiu 1,3% em fevereiro, enquanto analistas esperavam alta em torno de 0,4%. Em
janeiro, o indicador havia registrado deflação de 0,6%.
Aos analistas, mais importante que o resultado cheio do
indicador é o desempenho de
seu núcleo -que desconta itens
voláteis, como energia.
O núcleo do PPI teve uma
elevação mais branda, de 0,4%,
quando se esperava alta de
aproximado 0,2%.
Além disso, os investidores
seguem atentos à evolução dos
problemas no setor de financiamento imobiliário americano e seus possíveis reflexos negativos no sistema financeiro.
Ontem, o ex-presidente do
Federal Reserve (o banco central dos EUA) Alan Greenspan
disse que há riscos de contaminação na economia americana
decorrentes do setor imobiliário (leia texto ao lado).
Na Europa, as Bolsas tiveram
melhor sorte ontem.
A alta no mercado acionário
de Madri foi de 2,48%; em Londres, a Bolsa subiu 2,21%;
Frankfurt registrou valorização de 2,14%.
Mike Lenhoff, estrategista-chefe da corretora londrina
Brewin Dolphin, disse à Reuters que o mercado está "em
uma fase na qual haverá dias
bons e ruins". "A volatilidade
deve ficar conosco por um tempo. Dentro de um mês, duvido
que vamos muito mais longe de
onde estávamos antes da última seqüência de quedas", afirmou Lenhoff.
Com o mercado relativamente calmo, o dólar não encontrou
resistências e recuou para R$
2,09 -baixa de 0,43%. No mês,
mesmo com o Banco Central
mantendo sua política de compra diária de moeda estrangeira, o dólar acumula desvalorização de 1,46%.
A divulgação da ata da última
reunião do Copom não trouxe
elementos para empolgar o
mercado. No documento, o Copom minimizou o impacto no
Brasil das turbulências que têm
mexido com os mercados.
No pregão da BM&F, o número de contratos de juros negociado caiu 31% em relação ao
dia anterior. As taxas futuras ficaram estáveis.
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