São Paulo, sexta-feira, 16 de março de 2007

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Inflação maior nos EUA não afeta Bolsas

PPI, que mede os preços ao produtor, sobe mais que o esperado, mas núcleo fica mais perto da estimativa e mercados não reagem

Bovespa registra leve recuo de 0,02%, e Dow Jones avança 0,22%; expectativa hoje é para a divulgação do índice ao consumidor


FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

Os dados de inflação americana divulgados ontem vieram pior que o esperado, o que fez os mercados nos EUA e no Brasil terem um dia fraco, alternando momentos de pequenas altas e baixas.
A Bolsa de Valores de São Paulo terminou com leve recuo de 0,02% ontem.
Em Wall Street, o índice Dow Jones subiu 0,22%. A Bolsa eletrônica Nasdaq subiu 0,29%.
Se os números do PPI (inflação ao produtor dos EUA) de fevereiro vieram bem acima do esperado, o índice de atividade manufatureira na indústria de Nova York mostrou queda importante em março.
Hoje, é a vez de o CPI (índice de preços ao consumidor dos EUA) ser apresentado. Uma nova surpresa negativa no índice de preços pode atrapalhar o desempenho dos mercados financeiros.
O PPI subiu 1,3% em fevereiro, enquanto analistas esperavam alta em torno de 0,4%. Em janeiro, o indicador havia registrado deflação de 0,6%.
Aos analistas, mais importante que o resultado cheio do indicador é o desempenho de seu núcleo -que desconta itens voláteis, como energia.
O núcleo do PPI teve uma elevação mais branda, de 0,4%, quando se esperava alta de aproximado 0,2%.
Além disso, os investidores seguem atentos à evolução dos problemas no setor de financiamento imobiliário americano e seus possíveis reflexos negativos no sistema financeiro.
Ontem, o ex-presidente do Federal Reserve (o banco central dos EUA) Alan Greenspan disse que há riscos de contaminação na economia americana decorrentes do setor imobiliário (leia texto ao lado).
Na Europa, as Bolsas tiveram melhor sorte ontem.
A alta no mercado acionário de Madri foi de 2,48%; em Londres, a Bolsa subiu 2,21%; Frankfurt registrou valorização de 2,14%.
Mike Lenhoff, estrategista-chefe da corretora londrina Brewin Dolphin, disse à Reuters que o mercado está "em uma fase na qual haverá dias bons e ruins". "A volatilidade deve ficar conosco por um tempo. Dentro de um mês, duvido que vamos muito mais longe de onde estávamos antes da última seqüência de quedas", afirmou Lenhoff.
Com o mercado relativamente calmo, o dólar não encontrou resistências e recuou para R$ 2,09 -baixa de 0,43%. No mês, mesmo com o Banco Central mantendo sua política de compra diária de moeda estrangeira, o dólar acumula desvalorização de 1,46%.
A divulgação da ata da última reunião do Copom não trouxe elementos para empolgar o mercado. No documento, o Copom minimizou o impacto no Brasil das turbulências que têm mexido com os mercados.
No pregão da BM&F, o número de contratos de juros negociado caiu 31% em relação ao dia anterior. As taxas futuras ficaram estáveis.


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