São Paulo, sexta-feira, 16 de março de 2007

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Furlan diz que serviços terão menos tributos

CLÁUDIA DIANNI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O governo deve anunciar em cerca de três meses um pacote de desoneração fiscal para o setor de serviços, disse ontem o ministro do Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan, que deixará o cargo.
Furlan passou os últimos meses defendendo que esses benefícios fossem incluídos no PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), mas não conseguiu convencer a Fazenda e a Casa Civil. "Por mim, teria entrado no PAC, mas o PAC é mais voltado à infra-estrutura e a investimentos físicos", lamentou.
O pacote, segundo ele, deve incluir desonerações do PIS/Cofins e da Cide de forma a igualar as condições dos empreendedores brasileiros do setor a outros países, com carga tributária mais baixa.
Segundo Furlan, a partir do segundo semestre o ministério vai passar a divulgar os números do comércio de serviços, que até agora é feito pelo Banco Central. O objetivo, disse ele, é conhecer melhor o setor para desenvolver políticas públicas.
As desonerações devem beneficiar a produção de softwares e a prestação de serviços. Segundo Furlan, serão desonerados não apenas futuros investimentos, mas também os que já estão instalados. Ele não disse, porém, o valor da renúncia fiscal que a redução dos impostos vai gerar para os investimentos já existentes no país.
"Há uma compreensão do governo de que vale a pena investir porque esse setor poderá abrigar um grande número de jovens oriundos de universidades ou de áreas técnicas, criando uma riqueza nova no Brasil."
O ministério apresentou uma proposta, segundo ele "um rascunho", a vários órgãos do governo. "Imaginamos que podemos gerar cerca de 100 mil empregos novos e ao mesmo tempo atingir exportações ,em 2010, de cerca de US$ 5 bilhões, um impacto muito relevante na economia com a vantagem de poder fazer isso de forma descentralizada geograficamente, ou seja, com núcleos de produção de serviços em várias regiões."
Furlan aguarda o presidente Lula indicar seu substituto para deixar o cargo, por motivos familiares, segundo ele. Lamentou não estar no cargo quando o pacote for anunciado.


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