São Paulo, terça-feira, 16 de abril de 2002

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OUTRO LADO

Procurador nega negociação

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O procurador Sídio Rosa de Mesquita Júnior disse que não negocia os pareceres que dá em julgamentos do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
Mesquita Júnior admitiu ser amigo do advogado Giovanni Riccardi, mas negou participação na tentativa de extorsão contra o empresário Rodrigo Paiva. "Se [o Giovanni Riccardi" fez, fez por conta própria", defendeu-se o procurador do Cade.
"Estou feliz porque existe uma pessoa responsável por isso, mas estou triste porque o Giovanni era muito meu amigo", afirmou Mesquita Júnior. "Isso eu não faria porque sou muito linha dura", disse o procurador.
Riccardi negou à Folha que tenha telefonado para o empresário Rodrigo Paiva. "Jamais conversei com essa pessoa", afirmou Riccardi.
Os dois advogados, além de serem da mesma turma de formatura, dividiram um escritório até 1997 e mantinham relações muito próximas. "Ele vai muito à minha casa e eu vou à casa dele. No dia 9 de março estive na casa do Sídio para o aniversário da filha dele", afirmou Riccardi.
Sobre as ações ajuizadas contra o DNER, órgão do qual Mesquita Júnior é funcionário, Riccardi foi vago. "Sou advogado, tenho que ganhar meu pão... Não sei... Tenho essas ações..."

"Embarquei de gaiato"
Já o administrador Moacir Lacerda, diretor do Instituto Brasileiro de Difusão Universitária (IBDU) em Belo Horizonte, confirmou seu telefonema para Paiva e o pedido feito por Riccardi.
"O Giovanni pediu que eu ligasse. Pediu que eu dissesse que ele tinha condições de ajudar [a fazer um parecer favorável"", contou Lacerda à Folha.
"Embarquei nessa de alegre, de gaiato. Não pus malícia. Achei que fosse coisa profissional. Ele [Giovanni] não me propôs nenhum negócio em cima disso. Eu não ia ganhar nada", disse Lacerda.
O Cade informou que o procurador Mesquita Júnior não foi afastado do cargo. Continua exercendo suas funções no conselho, mas é alvo de uma apuração que vem sendo promovida pela Advocacia Geral da União (AGU), além da investigação do Ministério Público Federal.



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