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TRÉGUA NO MERCADO
Moeda dos EUA tem queda de 2,62% e fecha cotada a R$ 3,08 com entrada de recursos e rolagem do BC
Dólar cai ao menor patamar em 7 meses
GEORGIA CARAPETKOV
DA REPORTAGEM LOCAL
A expectativa de ingresso de recursos externos, o sucesso da rolagem da dívida cambial do Banco Central e o reconhecimento
dos investidores externos às políticas do governo fizeram o dólar
cair ontem mais 2,62% e fechar
cotado a R$ 3,08.
Desde o início de 2003 a moeda
norte-americana já caiu 13,12%. O
atual valor é o menor desde 2 de
setembro do ano passado.
O Banco Central vendeu US$
523,8 milhões em contratos cambiais e, com isso, renovou a totalidade da dívida de aproximadamente US$ 1,1 bilhão que vence na
próxima semana.
Nos EUA, o ministro da Fazenda, Antonio Palocci Filho, e o presidente do BC, Henrique Meirelles, voltaram a receber elogios
enfáticos dos investidores internacionais, o que colaborou para
que a queda do dólar ganhasse
ainda mais força no final do dia.
Além disso, os operadores dizem que parte da desvalorização
dos últimos dias deve-se à mudança na expectativa dos investidores em relação à política do BC.
No início do período de desvalorização do dólar, esperava-se que o
governo fosse intervir no câmbio
(comprar dólares) para impedir
uma depreciação excessiva do
câmbio e o comprometimento do
ajuste das contas externas do país.
Como integrantes do governo,
entre eles Palocci e Meirelles, afirmaram diversas vezes que o BC
não fará essa intervenção, investidores e exportadores passaram a
vender dólares, o que influenciou
na queda de 5,2% da cotação em
apenas três dias.
Com a desvalorização das últimas semanas, as agências e operadoras de turismo registraram
crescimento de até 20% na procura por pacotes internacionais.
Já os exportadores, que recebem em dólares, começaram a
contabilizar as possíveis perdas.
No setor agrícola, os produtores
de soja prevêem redução de pelo
menos R$ 1,5 bilhão em seus lucros devido à queda do dólar.
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