ROBERTO DIAS
DE NOVA YORK

O nível da taxa de câmbio pouco interessa ao governo, disse o ministro da Fazenda, Antonio Palocci Filho.
"Para nós, não interessa o valor A ou o valor B para o câmbio. Interessa que, havendo estabilidade econômica, o câmbio também encontrará seu ponto de estabilidade, e as questões vão se equacionar nisso", disse, em Nova York.
A Folha lembrou-lhe da preocupação de investidores com a valorização do real, algo que o próprio presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, afirmou anteontem estar escutando de interlocutores nos EUA.
Palocci mostrou-se impassível. "Temos duas metas na política macroeconômica: a redução da relação da nossa dívida pública com o PIB e a redução da inflação. Não temos metas cambiais."
Em encontro com investidores, o ministro novamente foi questionado sobre o assunto e defendeu que a alta na cotação do real não afetará o ajuste nas contas externas iniciado em 2002.
"É nesta economia e nesta força que nós confiamos para ordenar as nossas contas externas. Não só no câmbio. É evidente que o câmbio teve um papel no ano passado em relação a esse ajuste, mas é preciso trabalhar para que no médio prazo seja a estabilidade econômica e a alta de produtividade das empresas que fortaleçam esse ajuste de maneira que ele seja consistente", disse o ministro.


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