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"HOSPITAL"
Para presidente, recursos serão usados na geração de empregos, e não para salvar empresas falidas e "apadrinhadas"
BNDES não vai ajudar "amigo do rei", diz Lula
LEILA SUWWAN
ENVIADA ESPECIAL A CATALÃO (GO)
O presidente Luiz Inácio Lula da
Silva disse ontem que os recursos
do BNDES (Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e
Social) não serão usados para salvar empresas falidas ou ajudar
"amigos do rei", mas para gerar
empregos e elevar o crescimento.
"Durante muito tempo, os recursos do BNDES foram utilizados para salvar empresas falidas
ou para dar dinheiro para empresas estrangeiras comprarem empresas brasileiras falidas", disse
Lula durante discurso em cerimônia de inauguração de um complexo de mineração e fabricação
de fertilizantes em Catalão (GO),
cujo investimento de US$ 134 milhões foi bancado pelo BNDES
(50%) e recursos estrangeiros.
"Se eu tiver que optar entre uma
empresa falida de um amigo do
presidente e uma empresa que
queira investir para gerar empregos, os novos empregos irão receber o dinheiro. Acabou o tempo
do apadrinhamento, acabou o
tempo em que o amigo do rei conseguia os empréstimos."
Apesar das declarações de Lula,
o presidente do BNDES, Carlos
Lessa, disse anteontem que a instituição poderia ajudar a salvar
empresas. Ele fez a afirmação ao
comentar declaração do ministro
José Dirceu (Casa Civil), publicada na Folha de domingo, de que
não se pode deixar "uma empresa
como a Varig" ou "uma empresa
como a Globo" quebrar. "Essa seria uma orientação de governo",
disse Lessa.
"Fera domada"
Fazendo referência ao controle
da crise econômica que atingiu o
país a partir das eleições -com a
alta do dólar, a expectativa de
crescimento da inflação e o corte
das linhas de crédito para exportação-, Lula disse que "a fera estava sendo domada".
"Estou convencido de que a fera
está sendo domada. Não que as
coisas estejam fáceis, porque a
economia está fragilizada."
"Quando tomei posse, alguns
especialistas diziam que nós não
íamos conseguir controlar a economia brasileira, porque o risco-Brasil estava muito alto, o dólar
estava a R$ 4 e a inflação estava
voltando. Nós ainda estamos a
apenas três meses e meio de governo e o risco Brasil, que chegou
em setembro a 2.400, está a menos de 900. Certamente comemoraremos juntos o dia em que chegar a 600 ou 500", afirmou Lula.
"É importante lembrar que,
quando tomamos posse, não tinha um dólar de crédito estrangeiro para nenhuma empresa brasileira que quisesse exportar."
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