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São Paulo, quarta-feira, 16 de abril de 2003

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"HOSPITAL"

Para presidente, recursos serão usados na geração de empregos, e não para salvar empresas falidas e "apadrinhadas"

BNDES não vai ajudar "amigo do rei", diz Lula

LEILA SUWWAN
ENVIADA ESPECIAL A CATALÃO (GO)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ontem que os recursos do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) não serão usados para salvar empresas falidas ou ajudar "amigos do rei", mas para gerar empregos e elevar o crescimento.
"Durante muito tempo, os recursos do BNDES foram utilizados para salvar empresas falidas ou para dar dinheiro para empresas estrangeiras comprarem empresas brasileiras falidas", disse Lula durante discurso em cerimônia de inauguração de um complexo de mineração e fabricação de fertilizantes em Catalão (GO), cujo investimento de US$ 134 milhões foi bancado pelo BNDES (50%) e recursos estrangeiros.
"Se eu tiver que optar entre uma empresa falida de um amigo do presidente e uma empresa que queira investir para gerar empregos, os novos empregos irão receber o dinheiro. Acabou o tempo do apadrinhamento, acabou o tempo em que o amigo do rei conseguia os empréstimos."
Apesar das declarações de Lula, o presidente do BNDES, Carlos Lessa, disse anteontem que a instituição poderia ajudar a salvar empresas. Ele fez a afirmação ao comentar declaração do ministro José Dirceu (Casa Civil), publicada na Folha de domingo, de que não se pode deixar "uma empresa como a Varig" ou "uma empresa como a Globo" quebrar. "Essa seria uma orientação de governo", disse Lessa.

"Fera domada"
Fazendo referência ao controle da crise econômica que atingiu o país a partir das eleições -com a alta do dólar, a expectativa de crescimento da inflação e o corte das linhas de crédito para exportação-, Lula disse que "a fera estava sendo domada".
"Estou convencido de que a fera está sendo domada. Não que as coisas estejam fáceis, porque a economia está fragilizada."
"Quando tomei posse, alguns especialistas diziam que nós não íamos conseguir controlar a economia brasileira, porque o risco-Brasil estava muito alto, o dólar estava a R$ 4 e a inflação estava voltando. Nós ainda estamos a apenas três meses e meio de governo e o risco Brasil, que chegou em setembro a 2.400, está a menos de 900. Certamente comemoraremos juntos o dia em que chegar a 600 ou 500", afirmou Lula.
"É importante lembrar que, quando tomamos posse, não tinha um dólar de crédito estrangeiro para nenhuma empresa brasileira que quisesse exportar."


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