UOL


São Paulo, quarta-feira, 16 de abril de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Palocci pede voto de confiança a estrangeiros

DO ENVIADO ESPECIAL A NOVA YORK
E DE NOVA YORK

Depois de passar por Washington e completar uma agenda com encontros com banqueiros de Wall Street, em Nova York, o ministro Antonio Palocci Filho (Fazenda) fez um apelo ontem, a uma platéia repleta de economistas e investidores estrangeiros, para que "confiem no Brasil".
Como argumento, o ministro assegurou-lhes que a administração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva não iria adotar nenhuma "invencionice" na economia, como foi feito no passado. O discurso de Palocci foi bem recebido pelos investidores. Em alguns momentos, ele conseguiu tirar risos da platéia, que aprovou seu bom humor.
"Nossa equipe econômica procurou, antes de tomar qualquer decisão, estudar a história do Brasil. E a história do Brasil é riquíssima em "invencionices" econômicas. Nunca se inventaram tantos planos econômicos como no Estado brasileiro", disse ele.
Segundo o ministro, os erros do passado, que provocaram prejuízos para a economia, facilitam hoje, contudo, o trabalho de sua equipe. "Eu tenho dito no Brasil e repito aqui para vocês que eu gostaria só de cometer erros novos. Porque cometer os mesmo erros do passado não seria justo com o Brasil, não seria justo com a nossa economia, não seria justo com as pessoas."

Criatividade
"Por isso, nós estudamos cada momento da economia, os momentos de alta inflação, os momentos de rompimento de contratos, os momentos de equilíbrio sem crescimento, os momentos de crescimento sem distribuição de renda, os momentos de distribuição de renda sem crescimento. Tudo isso o Brasil já fez. É a maior criatividade na história econômica do mundo", completou.
Em seguida, pediu o voto de confiança. "Portanto eu quero dizer a vocês: confiem no país, confiem no trabalho que está sendo feito, porque o Brasil é um país de economia forte e que reage positivamente, que investe, que se desenvolve. O Brasil só não pode ter uma surpresa a cada mês, porque aí não há investidor que suporte, não há empresa que sobreviva."
O ministro participou de um seminário promovido pelo Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos, em Nova York, sobre o Brasil. Seu discurso foi o mais importante do evento.
(LEONARDO SOUZA E ROBERTO DIAS)


Texto Anterior: Otimismo: LDO prevê juro médio de 14,88% em 2004
Próximo Texto: "Hospital": BNDES não vai ajudar "amigo do rei", diz Lula
Índice


UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.