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Brasil é um dos piores países para negócios
DO ENVIADO ESPECIAL
Mais uma vez o Brasil figura
em relatório do Banco Mundial
como um dos piores lugares do
mundo para se fazer negócios.
Corrupção, criminalidade,
impostos altos e custos trabalhistas são alguns indicadores
que colocam o Brasil no fim da
lista de países com ambientes
de negócios mais eficientes, segundo o relatório "Indicadores
do Desenvolvimento Mundial",
divulgado ontem pelo Bird.
O relatório é elaborado com
base em entrevistas com empresas e dados agregados de
consultorias de negócios de vários países, além de informações produzidas por governos.
No quesito corrupção, apenas três países aparecem em situação pior que a do Brasil: Benin, Guatemala e Quênia.
No item rigidez na legislação
trabalhista como obstáculo para a eficiência e menores custos, nenhum país atinge resultado tão ruim quanto o Brasil.
E o país só perde de novo para Benin na avaliação sobre o
peso que a carga tributária tem
contra um ambiente de negócios mais favorável às empresas
e a novos investimentos.
A dificuldade na obtenção de
crédito entre as empresas (no
caso brasileiro, por conta do juro elevado) também é um dos
maiores empecilhos no país.
Segundo o Bird, empresas
pequenas e médias, formais e
informais, respondem por mais
da metade dos empregos existentes em todo o mundo. Quanto mais eficiente e aberto o ambiente de negócios, diz o relatório, maior será o potencial para
esses tipos de empresa.
As pequenas e médias representam 90% das empresas
existentes no mundo e são, segundo o Bird, responsáveis por
boa parte da inovação tecnológica nos países onde atuam.
Na reunião conjunta entre o
FMI e o Bird, o diretor-gerente
do Fundo, Rodrigo de Rato,
afirmou que um dos obstáculos
ao aumento da eficiência no
Brasil e em outros países da
América Latina é o limitado
grau de abertura dessas economias a influências externas.
No relatório do Banco Mundial, entre as principais economias emergentes, o Brasil figura como um dos países mais fechados, como proporção de seu
PIB (Produto Interno Bruto),
ao comércio internacional.
Segundo o documento do
banco, é cada vez maior, entre
os países em desenvolvimento,
a participação do setor privado
em projetos de infra-estrutura,
como as chamadas PPPs (parcerias público-privadas) perseguidas pelo governo brasileiro.
Nos últimos dez anos, pelo
menos 3.200 projetos desse tipo ocorreram em mais de 139
países em desenvolvimento.
Juntos, os investimentos somaram US$ 964 bilhões e foram maiores em telecomunicações, energia e transportes.
Coincidentemente, são os
países mais abertos ao comércio internacional os que têm recebido os maiores fluxos de investimentos externos nesses e
em outros projetos.
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