São Paulo, segunda-feira, 16 de abril de 2007

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Brasil é um dos piores países para negócios

DO ENVIADO ESPECIAL

Mais uma vez o Brasil figura em relatório do Banco Mundial como um dos piores lugares do mundo para se fazer negócios.
Corrupção, criminalidade, impostos altos e custos trabalhistas são alguns indicadores que colocam o Brasil no fim da lista de países com ambientes de negócios mais eficientes, segundo o relatório "Indicadores do Desenvolvimento Mundial", divulgado ontem pelo Bird.
O relatório é elaborado com base em entrevistas com empresas e dados agregados de consultorias de negócios de vários países, além de informações produzidas por governos.
No quesito corrupção, apenas três países aparecem em situação pior que a do Brasil: Benin, Guatemala e Quênia.
No item rigidez na legislação trabalhista como obstáculo para a eficiência e menores custos, nenhum país atinge resultado tão ruim quanto o Brasil.
E o país só perde de novo para Benin na avaliação sobre o peso que a carga tributária tem contra um ambiente de negócios mais favorável às empresas e a novos investimentos.
A dificuldade na obtenção de crédito entre as empresas (no caso brasileiro, por conta do juro elevado) também é um dos maiores empecilhos no país.
Segundo o Bird, empresas pequenas e médias, formais e informais, respondem por mais da metade dos empregos existentes em todo o mundo. Quanto mais eficiente e aberto o ambiente de negócios, diz o relatório, maior será o potencial para esses tipos de empresa.
As pequenas e médias representam 90% das empresas existentes no mundo e são, segundo o Bird, responsáveis por boa parte da inovação tecnológica nos países onde atuam.
Na reunião conjunta entre o FMI e o Bird, o diretor-gerente do Fundo, Rodrigo de Rato, afirmou que um dos obstáculos ao aumento da eficiência no Brasil e em outros países da América Latina é o limitado grau de abertura dessas economias a influências externas.
No relatório do Banco Mundial, entre as principais economias emergentes, o Brasil figura como um dos países mais fechados, como proporção de seu PIB (Produto Interno Bruto), ao comércio internacional.
Segundo o documento do banco, é cada vez maior, entre os países em desenvolvimento, a participação do setor privado em projetos de infra-estrutura, como as chamadas PPPs (parcerias público-privadas) perseguidas pelo governo brasileiro.
Nos últimos dez anos, pelo menos 3.200 projetos desse tipo ocorreram em mais de 139 países em desenvolvimento. Juntos, os investimentos somaram US$ 964 bilhões e foram maiores em telecomunicações, energia e transportes.
Coincidentemente, são os países mais abertos ao comércio internacional os que têm recebido os maiores fluxos de investimentos externos nesses e em outros projetos.


Texto Anterior: Frases
Próximo Texto: FolhaInvest
Direito de minoritário volta a ser focalizado

Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.