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Aço brasileiro sofre nova restrição nos EUA
DE WASHINGTON
O Departamento de Comércio
dos EUA elevou ainda mais o nível de restrições às importações
de aço do Brasil. Ao tomar uma
decisão preliminar em relação a
um processo aberto em 2001, aplicou uma sobretaxa adicional sobre os laminados a frio de 43,34%.
A decisão definitiva sairá em setembro. Até lá, as empresas serão
obrigadas a depositar uma fiança
bancária no valor da tarifa devida.
O argumento utilizado pelo governo dos EUA foi o de que as exportações brasileiras chegavam
ao mercado norte-americano por
um preço abaixo do custo de produção (ou seja, ocorreia dumping). As novas restrições somam-se a outras e formam uma
barreira que, sob o ponto de vista
do governo brasileiro, inviabilizam qualquer exportação para o
mercado norte-americano.
Dois meses atrás, o mesmo departamento de Comércio tomara
outra decisão preliminar com relação aos laminados a frio, sobretaxando as exportações da Usiminas e da Cosipa em 12,58% e as da
CSN em 8,22%. O argumento era
que essas empresas, embora privatizadas, são beneficiadas por
subsídios concedidos no passado
pelo governo brasileiro.
Em março, o presidente dos
EUA, George W. Bush, anunciou
imposição de cota e de tarifas de
8% a 30% por três anos sobre vários produtos de aço exportados
pelo Brasil e pelo resto do mundo.
O argumento usado era o de proteger indústrias norte-americanas
fragilizadas pela concorrência internacional.
Naquela ocasião, o presidente
impôs uma cota para a importação de placas de aço brasileiras.
Antes, essas exportações estavam
livres de qualquer tarifa ou cota e
eram tradicionalmente responsáveis por mais de dois terços das
exportações siderúrgicas brasileiras para os EUA. Bush impôs ainda as seguintes tarifas para outros
produtos: aço plano, 30%; folha
de flandres, 30%; laminado a
quente e a frio, 30%; barra inox,
15%; cabo inox, 15%; fio inox, 8%
vergalhão, 15%.
Analistas brasileiros estimam
em 85% a combinação das restrições tarifárias contra o total dos
produtos siderúrgicos brasileiros.
Em 1999, as exportações de laminados a frio para os EUA chegaram a quase US$ 90 milhões. Estima-se que fiquem abaixo de US$
15 milhões em 2002.
Desde janeiro, Cosipa, Usiminas e CSN, as siderúrgicas brasileiras que exportam esse tipo de
aço, não efetuaram nenhuma
venda para o mercado americano.
As três suspenderam as operações
no final do ano passado justamente por conta do processo antidumping.
No ano passado, a CSN vendeu
12 mil toneladas de laminados a
frio para os EUA -não mais que
1,5% das 800 mil toneladas de
produtos de aço exportados.
O volume da Cosipa foi bem superior: das 334 mil toneladas de
produtos exportados aos EUA,
112 mil (33,8% do total) se referiram a laminados a frio. No caso
da Usiminas, as exportações somaram 107 mil toneladas.
Colaborou a Reportagem Local
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