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RECEITA ORTODOXA
Ministro diz que não adotaria nenhuma medida agora que fosse na contramão do controle das taxas
Ainda falta derrotar a inflação, diz Palocci
LÁSZLÓ VARGA
DA REPORTAGEM LOCAL
O ministro da Fazenda, Antonio
Palocci Filho, afirmou ontem que
o trabalho do governo no combate à inflação tem sido vitorioso,
mas ainda não foi concluído. Palocci disse que todos os indicadores de inflação estão em baixa,
mas há ainda o risco de empresários repassarem aos preços as altas da inflação passada.
"Precisamos olhar para o futuro. Eu não adotaria nenhuma medida econômica agora que fosse
na contramão do controle da inflação. Senão haverá consequências negativas para a economia
mais tarde", afirmou o ministro.
Palocci disse que caberá ao Copom (Conselho de Política Monetária), do qual participam apenas
diretores do Banco Central e que
se reúne amanhã e na quarta-feira, decidir se a taxa de juros de
26,5% da Selic, que serve de referência para todo o mercado financeiro, permanecerá naquele patamar. Palocci disse que o combate
à inflação (onde a taxa de juros
elevada tem importância fundamental) continua sendo a prioridade do governo.
"A inflação corrói o poder de
compra das pessoas mais pobres.
O governo quer que os custos da
adequação da economia para a retomada do crescimento sejam pagos pelos vários segmentos da sociedade." Segundo Palocci, o governo não pode perder o rumo do
combate à inflação.
O ministro citou alguns dados
que demonstrariam que o governo está no caminho certo para a
volta do crescimento. "Entre novembro e fevereiro passados, a inflação anualizada chegou a cerca
de 40%. Nos próximos 12 meses, a
inflação deve ficar um pouco acima de 8%."
Ele disse também que a dívida
do país equivale hoje a cerca de
52% do PIB (Produto Interno
Bruto), quando há poucos anos
correspondia a 62%. Segundo o
ministro, o governo conseguiu reduzir o déficit em transações correntes para US$ 4 bilhões ao ano,
quando há cinco anos ele estava
em US$ 33 bilhões.
Palocci refutou as análises de
economistas de que o Brasil está
em recessão. "Claro que não estamos. As exportações estão em alta, e o setor de agricultura cresceu
8,5% neste ano."
Ele afirmou, no entanto, que setores da economia que não exportam sofrem atualmente sérios
problemas, mas o governo pretende iniciar em pouco tempo
uma política econômica que beneficie tanto os exportadores
quanto as empresas que vendem
apenas para o mercado interno.
Palocci participou de um evento
promovido pela Febraban (federação dos bancos), quando pediu
a coesão do governo e dos segmentos da sociedade para a continuidade dos trabalhos de arranjo
da economia. Evitou comentar a
greve que está sendo preparada
pelos servidores públicos. "Nem
sei se haverá essa greve", afirmou.
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