São Paulo, quinta-feira, 16 de junho de 2005

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Prisão dos proprietários da maior empresa de Itu mobiliza cidade

MAURÍCIO SIMIONATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM ITU

A ação de agentes da Polícia Federal e da Receita Federal na fábrica da Schincariol em Itu (103 km a noroeste de São Paulo) foi o principal assunto ontem entre moradores da cidade, de 170 mil habitantes.
Em frente à fábrica, nas margens da rodovia Marechal Rondon, alguns curiosos paravam carros, motos ou bicicletas para acompanhar do lado de fora a movimentação de policiais federais no pátio da empresa.
A fábrica é a maior da cidade e a que mais emprega. De acordo com a Prefeitura de Itu, a empresa emprega cerca de 7.000 pessoas.
Os agentes federais chegaram à fábrica por volta das 6h em dois ônibus e vários carros. Os policiais passaram a manhã e a tarde carregando os veículos com diversas sacolas com documentos trazidos de dentro da empresa.
Nas principais avenidas e praças da cidades, moradores discutiam a ação que resultou na prisão dos donos da empresa.
Entre os presos estão Adriano e Alexandre Schincariol (filhos do fundador da cervejaria, José Nelson Schincariol, assassinado em 2003) e Gilberto Schincariol (irmão de José Nelson), além de José Augusto Schincariol e Gilberto Schincariol Júnior (sobrinhos de José Nelson).
"Ouvi dizer que eles saíram algemados e que a polícia ameaçou explodir a porta para prendê-los", disse o mecânico Joel Dias, 45, que mora perto da casa de Gilberto Schincariol, na região central.
"Já corria um boato na cidade de que a empresa tinha alguns problemas por causa do não-pagamento de impostos, mas a prisão dos donos pegou a cidade de surpresa", disse o aposentado Amarildo Ramos, 67, na avenida Floriano Peixoto, uma das mais movimentadas da cidade.
O setor de produção de empresa manteve as atividades, mas parte dos funcionários de setores administrativos foi dispensada mais cedo.
"O bicho pegou lá dentro. A polícia está levando vários documentos", disse um funcionário do setor de produção, que preferiu não se identificar. Ele disse ainda que funcionários receberam ordens para não comentar o caso.
Para evitar o contato entre funcionários e a imprensa no lado de fora, os ônibus fretados apanhavam ou deixavam os trabalhadores no interior da empresa e deixavam o local lotados.
A prefeitura disse não poder divulgar o quanto a administração arrecada em impostos pagos pela fábrica da Schincariol.


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