São Paulo, terça-feira, 16 de julho de 2002

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NEGÓCIO

Fabricante do Viagra paga US$ 60 bi por concorrente

Pfizer compra a Pharmacia e cria a maior farmacêutica do mundo

DA REPORTAGEM LOCAL

A gigante farmacêutica norte-americana Pfizer fechou acordo que permitirá a compra de sua concorrente Pharmacia em uma transação avaliada em US$ 60 bilhões. A previsão é que o negócio esteja concluído até o fim do ano.
Da união da Pfizer, que tem sua sede localizada em Nova York, com a Pharmacia resultará um novo conglomerado farmacêutico com uma participação estimada em 10% do mercado mundial.
Analistas do mercado financeiro internacional avaliam que esse negócio deve impulsionar fusões no setor, pois muitas empresas devem ter de se unir para competir com a nova gigante farmacêutica. A nova companhia resultante do negócio será aproximadamente 50% maior que sua principal concorrente, a britânica GlaxoSmithKline.
"O negócio entre a Pfizer e a Pharmacia será uma ameaça competitiva muito séria para as outras empresas [do setor"", afirma Martin Hall, chefe de análise do setor farmacêutico do HSBC Securities de Londres. "A pergunta nesse momento é se companhias como a Glaxo, a Merck e a Bristol-Myers Squibb serão obrigadas a fazer algo devido a essa nova ameaça."
Além do negócio bilionário, a Pfizer anunciou ontem que seu lucro líquido aumentou 7,1% no segundo trimestre em relação ao mesmo período do ano passado.
Na América Latina, a Pfizer está presente no Brasil, Argentina, Chile, Colômbia, Costa Rica, República Dominicana, Equador, El Salvador e México, entre outros.
A companhia que surgirá após a concretização do negócio terá faturamento anual estimado em cerca de US$ 48 bilhões. Um dos produtos mais famosos da Pfizer é o Viagra. Com o negócio, a nova empresa terá 12 produtos com vendas anuais superiores a US$ 1 bilhão e quase 120 novas substâncias em desenvolvimento.
A Pharmacia tem atualmente mais de 59 mil funcionários em mais de 60 países. A Pfizer conta com cerca de 90 mil empregados.
Além de liderar o setor farmacêutico nos EUA, a Pfizer e a Pharmacia juntas passarão do quarto para o primeiro lugar na Europa, do terceiro para o primeiro no Japão e do quinto para o primeiro na América Latina.
No Brasil, o faturamento da Pfizer no ano passado foi de US$ 191 milhões, e o da Pharmacia atingiu US$ 155 milhões. Além do Viagra, a Pfizer comercializa no Brasil medicamentos para hipertensão e colesterol. A Pharmacia produz medicamentos nos setores de oncologia, endocrinologia, oftalmologia, dentre outros.



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