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DIA DE ESTRESSE
Em segunda-feira nervosa, moeda dos EUA fechou a R$ 2,858, alta de 1,71%; Bolsa de São Paulo cai 3,04%
No Brasil, dólar e risco sobem e Bolsa cai
ANA PAULA RAGAZZI
DA REPORTAGEM LOCAL
A forte instabilidade no cenário internacional definiu o mau desempenho dos indicadores financeiros brasileiros ontem. Após uma semana relativamente tranquila, a segunda-feira foi nervosa para o mercado doméstico.
O dólar subiu 1,71%, para R$ 2,858. A Bovespa caiu 3,04% e o
risco-país brasileiro, medido pelo
JP Morgan, subiu 2,1%, para 1.546
pontos -durante o dia, a alta beirou os 4%. Todos os indicadores
recuperaram parte de suas perdas, acompanhando a recuperação das Bolsas norte-americanas.
Além do mau humor internacional -o mercado interno iniciou suas negociações repercutindo as fortes baixas na Europa e na
Ásia-, a especulação com o cenário político foi grande.
Teria vazado ao mercado resultado de pesquisa de intenção de
voto para as eleições presidenciais
realizada pelo Ibope. Oficialmente, os números saem hoje.
Segundo operadores, a sondagem apontaria o isolamento de
dois candidatos da oposição na liderança. Luiz Inácio Lula da Silva
(PT) e Ciro Gomes (PPS), na preferência dos eleitores. Ciro teria
superado José Serra (PSDB) em
até oito pontos percentuais -estaria com 25% contra 17% do candidato do governo.
O fato contribuiu para elevar a
especulação com o dólar, que chegou a se valorizar em 2,24%. O
Banco Central ontem não vendeu
moeda diretamente ao mercado.
Realizou mais um leilão de linha
externa de US$ 50 milhões -por
meio dessa ação, a autoridade
monetária empresta dólares ao
mercado com um compromisso
de recompra no futuro.
Segundo Helio Osaki, analista
da Finambras, quando o BC
anunciou o leilão, descartando,
assim, a venda da moeda, o dólar
intensificou sua alta.
"Esse leilão de linha não afeta as
cotações", afirma Marcelo
Schmitt, do banco Lloyds TSB.
"Apenas a venda direta da moeda
tem esse poder." Boa parte dos
analistas avalia que, se o cenário
externo não estivesse tão deteriorado, apenas a especulação em
torno de pesquisa não teria provocado alta tão forte do dólar.
Também foram verificadas ontem saídas em torno de US$ 110
milhões, referentes a vencimentos
de dívidas do setor privado que
não foram roladas.
A Bovespa fechou em queda de
3,04%, a 10.633 pontos. O volume
negociado foi baixo, de R$
387,359 milhões. No pior momento do dia, o Ibovespa caiu
4,5%. No mercado futuro, as projeções para os juros fecharam
com pequena alta. Os contratos
para janeiro de 2003, os mais negociados na BM&F, passaram de
22,44% para 22,80%.
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