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TELEFONIA
Empresas podem se fundir; usuário terá limites para escolha de operadora, e regra para inadimplência fica mais dura
Anatel incentiva tele e lesa consumidores
HUMBERTO MEDINA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A Anatel (Agência Nacional de
Telecomunicações) resolveu incentivar a possibilidade de fusão
das operadoras de telefonia celular. Para isso, criou benefícios para as operadoras das bandas A e B
que quiserem mudar para o SMP
(Serviço Móvel Pessoal), que permite fusões mais rapidamente.
Os incentivos criados prejudicam os consumidores caso as empresas optem pela migração. Com
as medidas, o governo atende a
pedidos das companhias que
atuam no setor.
A agência reguladora havia previsto regras mais rígidas de qualidade para o SMP. Essas regras foram abrandadas e agora há mais
punições para os consumidores
que ficarem inadimplentes.
A possibilidade de o consumidor escolher a operadora de longa
distância de sua preferência também foi restringida.
As novas regras ainda ficarão
em consulta pública até 12 de
agosto. O governo estima que a
migração das empresas para o
SMP ocorra até o final do ano.
As mudanças foram explicadas
pelo conselheiro José Leite Pereira
Filho. "Não somos loucos. A primeira versão das regras de migração foi divulgada há um ano e
meio. Se neste período nenhuma
empresa migrou, é porque havia
problemas", disse.
Leite, no entanto, admitiu que
as mudanças poderão ser contestadas por entidades de consumidores. "As mudanças foram a favor das operadoras, mas tudo foi
feito de forma que não fere o Código de Defesa do Consumidor."
As mudanças de controle societário entre as operadoras da banda A só poderiam acontecer a partir de julho do ano que vem. Já para as empresas de celulares da
banda B, cinco anos após a entrada em funcionamento -o que na
maior parte dos casos acontece a
partir de julho de 2003.
Caso as empresas migrem para
o SMP, esse prazo deixa de existir.
As fusões só poderão acontecer
dentro das áreas de concessão do
SMP, que são iguais às das operadoras de telefonia fixa.
Em abril deste ano, a BCP (operadora da banda B em São Paulo)
enviou um documento ao Banco
Central solicitando mudanças no
setor. O documento foi levado pelo BC à Câmara de Política Econômica e gerou uma crise entre o BC
e a Anatel, que era contra as mudanças. Entre as modificações pedidas no documento que gerou a
crise estavam pelo menos duas
que serão atendidas caso as operadoras das bandas A e B migrem
para o SMP: restrições à escolha
de operadora de longa distância
por parte do consumidor e flexibilizações para as mudanças societárias (fusões).
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