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BALANÇOS
Resultado é o melhor do 1º semestre no país, à frente da Vale e de bancos
Lucro da Petrobras cresce
40% e atinge R$ 9,9 bilhões
LUCIANA BRAFMAN
DA SUCURSAL DO RIO
Mesmo sem reajustar os preços
dos combustíveis desde novembro do ano passado, a Petrobras
registrou um lucro líquido de R$
9,9 bilhões no primeiro semestre
deste ano. O resultado, recorde
para um semestre, supera em
40% o lucro do mesmo período
do ano passado, que foi de R$
7,091 bilhões.
Os resultados, principalmente
no segundo trimestre, foram favorecidos pelo aumento dos volumes vendidos e pelo acréscimo
nas exportações -beneficiadas
pelas maiores cotações do petróleo no mercado internacional.
A receita operacional líquida de
R$ 62,256 bilhões foi 22% maior
que a do primeiro semestre de
2004, de R$ 51,217 bilhões.
No segundo trimestre, a receita
cresceu 16% em relação a igual período de 2004, chegando a R$ 32,3
bilhões. A última vez em que a Petrobras reajustou os preços dos
combustíveis, o barril do petróleo
estava cotado a cerca de US$ 40
no exterior. O valor, hoje, já supera a casa dos US$ 60, mas a Petrobras continua praticando preços
defasados no mercado interno.
Em nota, a empresa divulgou
que seu Ebitda (lucro operacional, antes de impostos, juros, depreciações e amortizações), que
mede a geração de caixa, ficou em
R$ 22,3 bilhões no semestre
-29% acima do resultado do primeiro semestre do ano passado-
, o que possibilitou investimentos
de R$ 11 bilhões.
No mês de junho, a companhia
bateu o terceiro recorde sucessivo
de produção, alcançando no dia
23 daquele mês um total de 1,834
milhão de barris.
O volume de exportação de petróleo e derivados cresceu 15% no
primeiro semestre, passando de
425 mil barris por dia registrados
no primeiro semestre de 2004, para 490 mil neste ano.
Por outro lado, a importação de
petróleo, derivados, gás e outros
caiu 19%, reduzindo a dependência do mercado externo. O volume importado caiu de 639 mil
barris por dia no primeiro semestre do ano passado para 518 mil
barris no mesmo período deste
ano. A importação de petróleo
puxou o resultado: teve queda de
28%, de 455 mil barris por dia para 328 mil diários.
O endividamento líquido em 30
de junho ficou em R$ 33 bilhões,
uma redução de 12% em relação
ao endividamento ao fim do primeiro trimestre do ano. O perfil
da dívida também melhorou, já
que a empresa reduziu a dívida de
curto prazo em 16%, para R$ 9,6
bilhões.
A maior parte do investimento
de R$ 11 bilhões foi localizada no
desenvolvimento da capacidade
de produção de petróleo e gás natural. A meta da Petrobras é atingir uma produção média de 3,421
milhões de barris de óleo equivalente por dia, no Brasil e no exterior, em 2010.
Em 30 de junho, o valor de mercado da companhia alcançou o
recorde de R$ 126,5 bilhões, um
aumento de 40% em relação ao
ano passado.
No segundo trimestre, o lucro
foi de R$ 4,93 bilhões, pouco menor do que os R$ 5 bilhões registrados nos três primeiros meses
do ano, mas 49% acima do apurado no mesmo trimestre do ano
passado.
No período, as vendas líquidas
somaram R$ 32,4 bilhões, ou R$
4,4 bilhões a mais que as do mesmo trimestre de 2004. Só que esse
resultado foi favorecido pelos
ajustes dos preços médios de realização no mercado interno no segundo semestre de 2004. As vendas ao exterior contribuíram com
um superávit comercial de US$
900 milhões, o equivalente a 148
mil barris por dia.
O lucro da Petrobras no semestre supera os maiores lucros já divulgados no país, como o da Vale
do Rio Doce, que foi de R$ 5,1 bilhões no semestre, e os dos bancos
Bradesco, com R$ 2,6 bilhões, e
Itaú, que lucrou R$ 2,5 bilhões.
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