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Bradesco eleva previsão para taxa de câmbio
MAELI PRADO
DA REPORTAGEM LOCAL
Com a turbulência no
mercado internacional, o
Bradesco alterou sua previsão para a taxa de câmbio no final do ano -de R$
1,80 para R$ 1,90. Na última segunda-feira, o boletim "Focus", que traz as
projeções do mercado financeiro, ainda não havia
apontado uma alteração
por causa da crise.
O banco também aumentou sua expectativa
para a taxa de juros no final do ano que vem, de
9,5% ao ano para 9,75%.
A mudança na previsão
para a taxa de câmbio reflete o fato de que muitos
investidores estrangeiros
estão se desfazendo de ativos no Brasil, assim como
em outros mercados
emergentes, para cobrir
perdas ou posições desfavoráveis fora do país.
"O Brasil ainda se mantém como um dos países
emergentes mais interessantes para investir, mas
seria ingenuidade imaginar que não teremos uma
maior seletividade nos investimentos em abertura
de capital, que requerem
financiamento bancário
internacional", afirmou
Octavio de Barros, diretor
de pesquisas macroeconômicas do Bradesco.
Segundo ele, é natural
que o balanço de pagamentos (conta que registra todas as transações
econômico-financeiras
realizadas pelo Brasil com
o resto do mundo) mude
nesse cenário. "Nesse sentido, faz-se necessária
uma revisão na taxa de
câmbio", disse Barros.
O dólar mais valorizado
reduz a pressão sobre a inflação, e por isso a tendência seria a de menos cortes
na taxa básica de juros (Selic) ao longo do ano que
vem. Em outras palavras,
haveria menor necessidade de controlar a alta dos
preços via corte nos juros.
A última pesquisa "Focus" do BC, feita com cem
instituições financeiras na
sexta-feira, mostrou projeção média de R$ 1,85 para o dólar no fim do ano.
Outras instituições financeiras consultadas pela reportagem, como Itaú,
ABN e Santander, não alteraram suas previsões.
"A piora no cenário é
muito recente; ninguém
sabe quanto tempo vai durar. Se mudarmos a previsão hoje, podemos ter de
mudá-la amanhã também", disse Joel Bogdanski, consultor de política
monetária do banco Itaú.
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