São Paulo, quinta-feira, 16 de agosto de 2007

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Bradesco eleva previsão para taxa de câmbio

MAELI PRADO
DA REPORTAGEM LOCAL

Com a turbulência no mercado internacional, o Bradesco alterou sua previsão para a taxa de câmbio no final do ano -de R$ 1,80 para R$ 1,90. Na última segunda-feira, o boletim "Focus", que traz as projeções do mercado financeiro, ainda não havia apontado uma alteração por causa da crise.
O banco também aumentou sua expectativa para a taxa de juros no final do ano que vem, de 9,5% ao ano para 9,75%.
A mudança na previsão para a taxa de câmbio reflete o fato de que muitos investidores estrangeiros estão se desfazendo de ativos no Brasil, assim como em outros mercados emergentes, para cobrir perdas ou posições desfavoráveis fora do país.
"O Brasil ainda se mantém como um dos países emergentes mais interessantes para investir, mas seria ingenuidade imaginar que não teremos uma maior seletividade nos investimentos em abertura de capital, que requerem financiamento bancário internacional", afirmou Octavio de Barros, diretor de pesquisas macroeconômicas do Bradesco.
Segundo ele, é natural que o balanço de pagamentos (conta que registra todas as transações econômico-financeiras realizadas pelo Brasil com o resto do mundo) mude nesse cenário. "Nesse sentido, faz-se necessária uma revisão na taxa de câmbio", disse Barros.
O dólar mais valorizado reduz a pressão sobre a inflação, e por isso a tendência seria a de menos cortes na taxa básica de juros (Selic) ao longo do ano que vem. Em outras palavras, haveria menor necessidade de controlar a alta dos preços via corte nos juros.
A última pesquisa "Focus" do BC, feita com cem instituições financeiras na sexta-feira, mostrou projeção média de R$ 1,85 para o dólar no fim do ano.
Outras instituições financeiras consultadas pela reportagem, como Itaú, ABN e Santander, não alteraram suas previsões.
"A piora no cenário é muito recente; ninguém sabe quanto tempo vai durar. Se mudarmos a previsão hoje, podemos ter de mudá-la amanhã também", disse Joel Bogdanski, consultor de política monetária do banco Itaú.


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