São Paulo, sábado, 16 de agosto de 2008

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Semana fecha com perda de 4,1% na Bolsa de São Paulo

Dólar sobe para R$ 1,64; alta no mês alcança 4,93%

DA REPORTAGEM LOCAL

Com mais um pregão de perdas ontem, a Bolsa de Valores de São Paulo encerrou a semana com forte desvalorização acumulada de 4,14%, o que elevou suas perdas no ano para 15,09%. A baixa registrada ontem ficou em 1,62%.
Como tem sido a tônica nas últimas semanas, as ações de companhias dependentes de commodities deram o tom negativo ontem. As estrelas Vale e Petrobras encerraram no vermelho, acompanhadas de outros papéis de peso, como Gerdau, Usiminas e Companhia Siderúrgica Nacional.
O mercado acionário brasileiro tem enfrentado um momento bastante negativo, tanto que não tem aproveitado nem os dias mais favoráveis nos EUA. O índice Dow Jones, das 30 ações americanas de maior liquidez, subiu 0,38% ontem; e a Bolsa eletrônica Nasdaq teve leve recuo de 0,05%.
O processo de baixa do barril de petróleo, que encerrou a semana a US$ 113,77, em seu menor valor desde o início de maio, tem afetado as ações da Petrobras, que caíram 2,30% (PN) e 2,07% (ON) ontem. No começo de julho, o petróleo superou os US$ 145, mas não se sustentou muito em patamar tão elevado. Ontem o petróleo recuou 1,08%.
Com a depreciação das commodities, tem sido vista no exterior a valorização do dólar. Após o ciclo de perda de valor que a moeda norte-americana sofreu, chegando a descer a mínimas diante do euro, a divisa passou a se recuperar.
No mercado de câmbio local, o movimento também tem sido sentido. O dólar deixou de derreter diante do real e está com expressiva alta acumulada de 4,93% neste mês. Nas operações de ontem, o dólar se apreciou mais 0,86% e terminou cotado a R$ 1,64. No ano, a moeda tem baixa de 7,71%.

Ações depreciadas
No pregão de ontem, a baixa das ações da Usiminas esteve entre as mais pesadas, com recuo de 4,61% (ON) e 3,75% (PNA). Na semana, as ações da Usiminas também apareceram como destaque de perdas, com depreciações de 10,6% (ON) e 10,3% (PNA).
A Bovespa, com queda mensal de 8,84%, está cada vez mais distante das grandes Bolsas mundiais em agosto. Entre essas, a que está com baixa mais elevada é a Bolsa de Tóquio, que tem queda de 2,67% no mês. Nos EUA, o Dow Jones tem ganhos de 2,48%, e a Nasdaq, de 5,46%.
Se for considerado o desempenho da Bovespa em dólares, o resultado é ainda mais decepcionante: desvalorização de 12,86% no mês.
"A volatilidade segue forte nos mercados acionários americanos e, conseqüentemente, no brasileiro. Com a maioria dos resultados corporativos já divulgados, as atenções se voltam, principalmente, para os preços das commodities", diz Júlio Martins, diretor da Prosper Gestão de Recursos.
Para a próxima semana, Martins destaca o discurso do presidente do Fed (Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos), que é um dos eventos que podem "trazer alguma tendência no curto prazo".
Das 66 ações que entram na composição do índice Ibovespa, 58 encerraram a semana com perdas acumuladas. O Ibovespa recuou para 54.244 pontos, em seu mais baixo patamar desde janeiro.
Um dos destaques entre as poucas ações que subiram na semana foi a preferencial da Ultrapar, que teve ganhos de 5,58%. Ontem o papel subiu 4,04%. A empresa reagiu positivamente ao anúncio da compra dos negócios de distribuição da Texaco no país.
(FABRICIO VIEIRA)



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