São Paulo, sábado, 16 de agosto de 2008

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BB conta com aquisição da Nossa Caixa ainda em 2008

Nas próximas semanas, o Banco do Brasil espera acertar o valor da operação

Lucro do BB no semestre, que foi de R$ 3,99 bi, perde para os resultados de Itaú e Bradesco; crédito à pessoa física sobe 45% e é destaque


FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

O Banco do Brasil espera conseguir concluir até o fim de 2008 as operações de incorporação da Nossa Caixa e do Besc (Banco do Estado de Santa Catarina). A expectativa de Antônio Francisco Lima Neto, presidente do BB, é que até o fim de novembro seja possível fechar o aguardado negócio de aquisição da Nossa Caixa.
No caso do Besc, o executivo projeta que a conclusão se dê ainda em outubro.
Encerrado o processo de avaliação do banco paulista, o BB planeja chegar a um valor para o negócio nas próximas semanas. "Estamos bem aparelhados e certos da possibilidade de incorporação. Vamos começar a negociar preços nas próximas semanas", afirmou Lima Neto, que não quis comentar valores.
Na mira do BB, também estão os bancos BEP (Banco do Estado do Piauí) e o BRB (Banco de Brasília).
A expectativa pelo negócio tem se refletido nas ações da Nossa Caixa, que acumulam forte valorização de 72,52% na Bovespa em 2008. Isso em um ano que tem sido bastante ruim para o mercado acionário brasileiro -a Bolsa tem perda de 15,09% acumulada no ano. Já os papéis ordinários do Banco do Brasil têm seguido a rota da Bolsa e estão com perdas de 25,14% no ano.
Para concretizar a operação, o caminho a ser tomado pelo BB será o de emitir novas ações na Bolsa de Valores.
"Surpreende a velocidade com que a operação entre o BB e a Nossa Caixa tem ocorrido. Se a venda da Nossa Caixa tivesse contemplado a participação de outros bancos, o que não houve, o negócio com certeza levaria um prazo mais longo para se desenvolver", afirma Luis Miguel Santacreu, analista financeiro da consultoria Austin Rating.
Quando o negócio veio a público, os grandes bancos privados criticaram a forma como vinha sendo conduzido, defendendo a realização de um leilão para a venda da instituição estatal, como ocorreu com o Banespa em 2000.
A diferença de tamanho da Nossa Caixa e do BB é bastante elevada. Enquanto o banco paulista encerrou o semestre com um total de ativos de R$ 54 bilhões, o BB conta com R$ 416,5 bilhões em ativos.
A carteira de crédito das duas instituições ilustra ainda mais as diferenças: enquanto a carteira total do BB superou R$ 200 bilhões, a da Nossa Caixa marcava R$ 10,59 bilhões no fim do semestre.
Em seu resultado do segundo trimestre, chamou a atenção a expansão vigorosa do crédito à pessoa física no BB, que cresceu 45% em 12 meses, para encerrar junho a R$ 40,5 bilhões.
"Um dado importante é que a inadimplência tem se mantido constante, enquanto a carteira de crédito cresce", disse Aldo Mendes, vice-presidente da instituição.
O BB registrou lucro de R$ 3,99 bilhões no primeiro semestre do ano. O resultado do banco estatal foi menor que o obtido pelos gigantes Bradesco (R$ 4,105 bilhões) e Itaú (R$ 4,084 bilhões) nos primeiros seis meses de 2008.


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