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MERCADO FINANCEIRO
Moeda norte-americana sobe pelo quinto dia seguido; cotação atinge nível mais alto desde maio
Petróleo assusta e puxa alta do dólar
DA REPORTAGEM LOCAL
A alta dos preços do petróleo
trouxe nervosismo aos mercados
brasileiros, especialmente ao
mercado de câmbio. O dólar comercial subiu pelo quinto dia seguido e fechou em R$ 1,845 (venda), cotação mais alta desde o dia
25 de maio.
No início da tarde, a moeda
chegou a ser negociada a R$ 1,849
(venda), mas recuou no final dos
negócios. Nesta semana, o dólar
acumulou valorização de 1,49%
-ontem, a alta foi de 0,33%.
Parte da valorização do dólar
foi causada pelo impacto negativo que a alta do petróleo pode ter
sobre as contas externas do Brasil. O país vai pagar mais caro pelo petróleo que comprar, e ainda
não se sabe se isso vai ser repassado aos preços dos combustíveis.
Além disso, a alta do petróleo
pode provocar aumentos nos
preços de produtos fabricados
em países como Estados Unidos
e Europa, onde estão localizados
grandes fornecedores de empresas brasileiras. Assim, essas companhias podem ter de gastar mais
dólares para importar esses produtos.
Fora esses componentes ligados ao comércio exterior, o dólar
tem subido nos últimos dias também por causa de um movimento meramente especulativo.
Algumas instituições usam o
petróleo como desculpa para puxar a alta das cotações, que estavam estáveis na casa de R$ 1,82
havia três semanas.
Segundo Carlos Alberto Abdalla, da corretora Souza Barros, o
nervosismo aumentou nos últimos dois dias por causa dos conflitos envolvendo o Iraque e o
Kuait, que poderiam recriar a
Guerra do Golfo (1990).
Também por causa do petróleo, os juros futuros subiram ontem. O DI de abril (o mais negociado na BM&F) fechou em
17,47% ao ano, contra 17,15% do
ajuste anterior.
Com o agravamento da crise do
petróleo, é cada vez maior a parcela do mercado que acredita que
o Copom (Comitê de Política
Monetária) não vai reduzir os juros básicos da economia na reunião marcada para os próximos
dias 19 e 20.
Na visão desses investidores, o
Banco Central deve manter inalterada a taxa Selic por causa da
preocupação com relação ao impacto que a alta do petróleo pode
ter sobre a inflação.
(NEY HAYASHI DA CRUZ)
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