São Paulo, segunda-feira, 16 de setembro de 2002

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FOLHAINVEST

Produtos lançados desde as mudanças no mercado, em maio, são mais "estáveis", mas podem render menos

Novos fundos reduzem prazo e oscilação

ISABEL CAMPOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Fundos com papéis de menor prazo, menos oscilação, mas com rendimentos abaixo dos DIs tradicionais, indicados para aplicadores que vinham fugindo desse tipo de aplicação desde o fim de maio. Fundos com essas características têm sido lançados nos últimos meses pelas empresas de asset management.
Os fundos DI e de renda fixa de curto prazo foram os que mais proliferaram nos últimos quatro meses. Vários lançamentos aconteceram nesse período. O Itaú, por exemplo, no início de junho, colocou no mercado o Itaú RF Curto Prazo FIF. Entre 29 de maio e 11 de setembro, ele foi o campeão de captação da indústria de fundos, com R$ 958,26 milhões.
Basicamente, esses fundos investem em títulos do governo de curto prazo (de até seis meses) e operações de overnight (com vencimento de um dia para outro).
Quanto mais curto o prazo de um título, menor tende a ser o seu risco e oscilação de preço. A crise de confiança e de falta de compradores que se abateu sobre os papéis do governo federal afetou muito mais os títulos de longo prazo do que os de curto.
Em compensação, a rentabilidade não é das melhores. A maioria dos fundos de curto prazo tende a render acima da caderneta de poupança, mas abaixo de um fundo DI tradicional.

Longo prazo
Na contramão dos curto prazo, algumas instituições, como o BankBoston e o Itaú, também lançaram fundos DI e de renda fixa compostos por papéis de longo prazo. A linha Performance DI, do BankBoston, tem títulos na carteira com prazo médio de 200 dias. Já os fundos Federal Longo Prazo do Itaú têm papéis com prazo de um a cinco anos.
Esses fundos são indicados para quem pode investir olhando o longo prazo. A volatilidade pode ser alta. A vantagem, diz Sinara Figueiredo, diretora-adjunta de produtos de investimentos do BankBoston, é a oportunidade de ganho. Com a depreciação sofrida nos últimos meses, os títulos de longo prazo passaram a embutir juro bem superior ao do CDI.
O banco Prosper optou por lançar um fundo sem títulos do governo federal: o Prosper Top, que investe em títulos que fornecedores têm a receber de empresas consideradas de primeira linha, como Petrobras, Light e Comgás. Os recebíveis têm prazo médio de 28 dias, o que minimiza o risco da operação, e, antes de entrar na carteira do fundo, recebem um aval dessas companhias. A meta é render cerca de 110% do CDI, diz Gustavo Alcântara, do Prosper.
Para quem tem apetite maior por risco e gosta do mercado de Bolsa, uma das novidades é o fundo Tarpon HG, que está sendo distribuído pela Hedging-Griffo.
Diferentemente da maioria dos fundos de ações, que procura diversificar a carteira, o Tarpon concentra seus investimentos em cinco a oito empresas. Atualmente, afirma José Carlos Reis Magalhães, diretor da Tarpon Investimentos, gestora do fundo, os R$ 16 milhões captados desde o seu lançamento, em julho, estão divididos entre Belgo Mineira, Copel, Sadia, Ferbasa e Forjas Taurus.
Outra característica é que, depois de solicitado o resgate, o dinheiro só é liberado após 60 dias. A cada seis meses, haverá distribuição de dividendos aos cotistas que poderá chegar a até 25% da valorização das ações no período.


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