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São Paulo, terça-feira, 16 de setembro de 2003

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EUA prometem endurecer o jogo

DA REDAÇÃO

Os EUA prometem endurecer ainda mais o jogo do comércio internacional após o colapso das negociações na reunião da OMC (Organização Mundial do Comércio) em Cancún. Com a eleição presidencial de 2004 se aproximando, cresce a sensibilidade política das negociações.
Ontem, o governo Bush anunciou iniciativas para estimular a indústria e conter a sangria de empregos no setor, além de conter o enorme déficit comercial. Entre as medidas está a criação de uma equipe, ligada ao Departamento de Comércio, que investigará supostas práticas desleais.
O Departamento de Comércio também vai formar um novo escritório para auxiliar pequenas e médias empresas a terem mais acesso ao comércio exterior.
"Queremos competir em termos justos, com qualquer país, mas não vamos tolerar competição injusta", afirmou o secretário de Comércio dos EUA, Donald Evans. "Vamos atacar as práticas desleais agressivamente, onde quer que elas ocorram."
A China figura como o maior alvo do novo órgão de investigação de práticas desleais. O próprio Evans expôs que o país representa a principal dor de cabeça para indústria norte-americana.
"A China é um dos maiores mercados, cheio de oportunidades para os empresários norte-americanos, mas desde que seus mercados sejam guiados por livres e justas forças de mercado."
A principal crítica aos chineses é que eles mantêm sua moeda, o yuan, artificialmente subvalorizada. Essa política torna os produtos exportados pelo país mais competitivos no comércio global.
As medidas anunciadas não têm ligação direta com o fracasso da reunião da OMC. Mas a Casa Branca indicou que não está disposta a ceder em tópicos sensíveis politicamente.
O presidente George W. Bush sofre pesadas críticas porque, desde o início do seu governo, em 2001, a indústria perdeu 2,7 milhões de empregos. Esse promete ser o calcanhar-de-aquiles de Bush na tentativa de reeleger-se.
Com o fracasso de Cancún, os EUA deverão investir ainda mais nos acordos bilaterais, como expressou o representante comercial norte-americano, Robert Zoellick, em detrimento das conversas sob o guarda-chuva da OMC e da Alca (Área de Livre Comércio das Américas).
Segundo o "Financial Times", um negociador dos EUA afirmou que o país ofereceu o máximo "politicamente possível". O principal alvo das críticas foi o G21, grupo de países liderado por Brasil, Índia e China.


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