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EUA prometem endurecer o jogo
DA REDAÇÃO
Os EUA prometem endurecer
ainda mais o jogo do comércio internacional após o colapso das negociações na reunião da OMC
(Organização Mundial do Comércio) em Cancún. Com a eleição presidencial de 2004 se aproximando, cresce a sensibilidade
política das negociações.
Ontem, o governo Bush anunciou iniciativas para estimular a
indústria e conter a sangria de
empregos no setor, além de conter o enorme déficit comercial.
Entre as medidas está a criação de
uma equipe, ligada ao Departamento de Comércio, que investigará supostas práticas desleais.
O Departamento de Comércio
também vai formar um novo escritório para auxiliar pequenas e
médias empresas a terem mais
acesso ao comércio exterior.
"Queremos competir em termos justos, com qualquer país,
mas não vamos tolerar competição injusta", afirmou o secretário
de Comércio dos EUA, Donald
Evans. "Vamos atacar as práticas
desleais agressivamente, onde
quer que elas ocorram."
A China figura como o maior alvo do novo órgão de investigação
de práticas desleais. O próprio
Evans expôs que o país representa
a principal dor de cabeça para indústria norte-americana.
"A China é um dos maiores
mercados, cheio de oportunidades para os empresários norte-americanos, mas desde que seus
mercados sejam guiados por livres e justas forças de mercado."
A principal crítica aos chineses é
que eles mantêm sua moeda, o
yuan, artificialmente subvalorizada. Essa política torna os produtos exportados pelo país mais
competitivos no comércio global.
As medidas anunciadas não
têm ligação direta com o fracasso
da reunião da OMC. Mas a Casa
Branca indicou que não está disposta a ceder em tópicos sensíveis
politicamente.
O presidente George W. Bush
sofre pesadas críticas porque, desde o início do seu governo, em
2001, a indústria perdeu 2,7 milhões de empregos. Esse promete
ser o calcanhar-de-aquiles de
Bush na tentativa de reeleger-se.
Com o fracasso de Cancún, os
EUA deverão investir ainda mais
nos acordos bilaterais, como expressou o representante comercial norte-americano, Robert
Zoellick, em detrimento das conversas sob o guarda-chuva da
OMC e da Alca (Área de Livre Comércio das Américas).
Segundo o "Financial Times",
um negociador dos EUA afirmou
que o país ofereceu o máximo
"politicamente possível". O principal alvo das críticas foi o G21,
grupo de países liderado por Brasil, Índia e China.
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