São Paulo, domingo, 16 de setembro de 2007

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Prateleiras africanas incluem de comida a livros brasileiros

DA SUCURSAL DO RIO

Já é possível encontrar de produtos alimentícios a livrarias brasileiras na África. Os principais concorrentes são os produtos europeus, que predominam em ex-colônias.
Para Eduardo Moraes, sócio da Latinex, consultoria especializada em exportação, a cotação do euro favoreceu a demanda e a presença de empresas brasileiras. "Como o euro está forte, os produtos europeus ficaram mais caros. Os africanos estão se abrindo para outros fornecedores."
Segundo Cynthia Andrade, analista de sistemas que vive em Moçambique desde 2005, o aumento da presença brasileira pode ser notado no supermercado. "Antes, só chegava guaraná de seis em seis meses. Hoje, só falta o requeijão."
Angola é um dos principais expoentes do apetite africano por produtos brasileiros. Com o fim da guerra civil, o país ganhou o primeiro shopping center, construído pela Odebrecht. Marcas como Bob's, Ellus e livraria Nobel estão chegando ao país. "Existe um público ávido por consumir cultura em Angola", diz Eduardo Pires, gerente de expansão da Nobel.
Além dos produtos, o Brasil é referência cultural na África. O arquiteto Oscar Niemeyer foi convidado a projetar uma cidade de cerca de 250 mil habitantes em Angola. Artistas brasileiros são sucesso, como Martinho da Vila e Roberta Miranda.
A cantora acaba de voltar de uma turnê pelo país, onde fez shows para até 160 mil pessoas. "Já faço shows lá há 18 anos. O presidente de Angola casou ao som de uma música minha."
Segundo Graciete Carrilho, executiva da rede de TV moçambicana Soico, as novelas brasileiras são disputadas entre as emissoras. Ela esteve no Brasil para discutir projetos de responsabilidade social que pretende levar para o país.
Os africanos conferem também a programação da Record e o avanço da Igreja Universal.
A produtora Maianga lança cantores locais e promove a gravação de discos com músicos do Brasil e de Angola. Um dos próximos projetos é um festival internacional de teatro e dança em 2008.

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