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Prateleiras africanas incluem de comida a livros brasileiros
DA SUCURSAL DO RIO
Já é possível encontrar de
produtos alimentícios a livrarias brasileiras na África. Os
principais concorrentes são os
produtos europeus, que predominam em ex-colônias.
Para Eduardo Moraes, sócio
da Latinex, consultoria especializada em exportação, a cotação do euro favoreceu a demanda e a presença de empresas brasileiras. "Como o euro
está forte, os produtos europeus ficaram mais caros. Os
africanos estão se abrindo para
outros fornecedores."
Segundo Cynthia Andrade,
analista de sistemas que vive
em Moçambique desde 2005, o
aumento da presença brasileira
pode ser notado no supermercado. "Antes, só chegava guaraná de seis em seis meses. Hoje,
só falta o requeijão."
Angola é um dos principais
expoentes do apetite africano
por produtos brasileiros. Com
o fim da guerra civil, o país ganhou o primeiro shopping center, construído pela Odebrecht.
Marcas como Bob's, Ellus e livraria Nobel estão chegando ao
país. "Existe um público ávido
por consumir cultura em Angola", diz Eduardo Pires, gerente
de expansão da Nobel.
Além dos produtos, o Brasil é
referência cultural na África. O
arquiteto Oscar Niemeyer foi
convidado a projetar uma cidade de cerca de 250 mil habitantes em Angola. Artistas brasileiros são sucesso, como Martinho da Vila e Roberta Miranda.
A cantora acaba de voltar de
uma turnê pelo país, onde fez
shows para até 160 mil pessoas.
"Já faço shows lá há 18 anos. O
presidente de Angola casou ao
som de uma música minha."
Segundo Graciete Carrilho,
executiva da rede de TV moçambicana Soico, as novelas
brasileiras são disputadas entre as emissoras. Ela esteve no
Brasil para discutir projetos de
responsabilidade social que
pretende levar para o país.
Os africanos conferem também a programação da Record
e o avanço da Igreja Universal.
A produtora Maianga lança
cantores locais e promove a
gravação de discos com músicos do Brasil e de Angola. Um
dos próximos projetos é um
festival internacional de teatro
e dança em 2008.
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