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Bradesco recua, e BB negocia com SulAmérica
Compra gira em torno de R$ 2 bilhões a R$ 3 bilhões, dependendo do acordo
Bradesco tirou o pé do acelerador por questão de preço e por querer comprar só se houvesse garantia de que teria controle da gestão
KENNEDY ALENCAR
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O Bradesco recuou na negociação com a SulAmérica e permitiu que o Banco do Brasil
avançasse na negociação para a
compra da seguradora, a segunda maior do setor no país.
Segundo a Folha apurou, o
valor da negociação gira em
torno de R$ 2 bilhões a R$ 3 bilhões, a depender do desenho
que vier a ser fechado. Exemplo: se a SulAmérica irá manter
ou não a gestão da empresa.
O Bradesco tirou o pé do acelerador por questão de preço e
por querer comprar apenas
com garantia de controle da
gestão. Já o Banco do Brasil, a
exemplo de negociação que fez
com o Banco Votorantim, não
descarta gestão compartilhada.
Se o negócio com a SulAmérica se concretizar, o BB poderá
liderar o setor de seguros. Para
isso, precisaria ter sucesso na
compra da seguradora espanhola Mapfre, com quem já
tem parceria via Nossa Caixa. O
BB recuperou a liderança no
setor bancário em agosto.
Com o esfriamento da negociação Bradesco-SulAmérica, o
Banco do Brasil decidiu fazer
uma investida rápida sobre a
seguradora. O BB já havia demonstrado interesse na compra, mas a perda que o Bradesco teve com o fim da parceria
com a Porto Seguro levou o
banco de Osasco a mostrar apetite pelo negócio. Bradesco e
SulAmérica nunca admitiram
publicamente que negociavam.
O BB já tem parcerias com a
SulAmérica. É minoritário em
negócios na Brasilcap (capitalização) e na Brasilsaúde (seguros de saúde). Detém 49,9% em
cada uma delas. Na Brasilveículos, parceria com a SulAmérica, o BB tem 70%.
Para a cúpula do BB, faria
sentido comprar a seguradora.
O governo Lula tem estimulado o crescimento do BB -a MP
443 foi editada para que o banco e a Caixa Federal pudessem
comprar também empresas.
Já o Bradesco vive um mau
momento político desde o ano
passado. Perdeu o posto de
maior banco privado do país
para a fusão entre Itaú e Unibanco. No agravamento da crise, não fez aquisições relevantes. O Bradesco se sentiu traído
pela Porto Seguro, com quem
tinha parceria. A Porto Seguro
fechou negócio com o Itaú Unibanco sob o argumento de que
não foi pedida à instituição a
perda do controle da gestão,
exigência que o Bradesco fazia
para comprar a seguradora.
No mercado bancário, não há
um grande banco à disposição
para a compra, o que permitiria
ao Bradesco dar o troco ao Itaú
Unibanco e ao próprio BB. Envolvidos na negociação entre
Bradesco e SulAmérica dizem
que o banco de Osasco vai concentrar forças no crescimento
de sua própria área de seguros,
que detém a maior fatia do
mercado (18,9%).
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