|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Tesouro repassará R$ 5,5 bi para INSS pagar aposentadorias em 98
VIVALDO DE SOUSA
da Sucursal de Brasília
O Tesouro Nacional deve repassar até R$ 5,5 bilhões ao INSS (Instituto Nacional do Seguro Social)
para garantir o pagamento de aposentadorias e pensões entre este
mês e dezembro. No mês passado,
já foi repassado R$ 1,5 bilhão.
O repasse mensal médio a partir
deste mês e até o final do ano deverá ficar próximo de R$ 1 bilhão,
disse ontem o secretário-executivo do Ministério da Previdência
Social, José Cechin. Sem esses recursos, o INSS teria de tomar empréstimos bancários, como fez em
junho e julho.
O déficit da Previdência Social
até agosto estava próximo de R$
3,5 bilhões. "Esse rombo tem de
ser coberto de algum jeito", disse
ele. Até dezembro, as despesas
com o pagamento dos benefícios
deverá superar a receita em R$ 7
bilhões.
"Não há surpresa nessa situação", afirmou Cechin. O gasto
mensal com o pagamento de aposentadorias e pensões está hoje em
R$ 4,2 bilhões mensais, em média.
Esse valor supera em R$ 500 milhões a arrecadação mensal obtida
com a cobrança das contribuições.
O secretário do Tesouro Nacional, Eduardo Guimarães, disse
que um novo repasse deverá ser
feito na próxima semana, mas não
quis adiantar o valor. Segundo ele,
os próximos repasses deverão ficar abaixo de R$ 1,5 bilhão ao mês.
Constituição
Conforme previsto na Constituição, o Tesouro é obrigado a repassar os recursos necessários para a
Previdência Social pagar seus segurados. A partir de agora, o repasse será feito de acordo com as
necessidades diárias de caixa, afirmou Cechin. Isso evitará novos
empréstimos bancários, que já
custaram pouco mais de R$ 50 milhões em juros neste ano.
Os empréstimos bancários foram a solução encontrada pelo
INSS para compensar a diferença
entre o dia que o recolhimento da
contribuição previdenciária chega
ao seu caixa (5 de cada mês) e o dia
de início de pagamento das aposentadorias (sempre a partir do
primeiro dia útil de cada mês).
No final do ano passado, o Tesouro socorreu o INSS por meio
da emissão de R$ 6 bilhões em títulos públicos. A mesma estratégia
foi adotada em julho, quando o
Tesouro foi autorizado a emitir
mais R$ 2,5 bilhões em títulos para a Previdência Social.
Cechin disse que esses títulos
ainda não foram vendidos porque
as garantias exigidas poderiam
atrapalhar o ingresso de recursos
provenientes de dívidas antigas.
Pela legislação em vigor, essas dívidas deveriam ser a garantia dos
empréstimos feitos pelo Tesouro à
Previdência Social.
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
|