São Paulo, quarta, 16 de setembro de 1998

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PROTEÇÃO
Presidentes de três federações empresarias de São Paulo têm encontro com FHC
Empresários pedem crédito subsidiado

da Sucursal de Brasília

Empresários de São Paulo pediram ontem ao presidente Fernando Henrique Cardoso a adoção de crédito subsidiado para micro, pequenas e médias empresas. Também defenderam maior proteção comercial aos setores que competem com os importados.
O presidente, por sua vez, prometeu aos empresários reduzir as taxas de juros tão logo a turbulência dos mercados seja superada. Também disse, segundo o relato dos empresários, que não haverá aumento de impostos após as eleições de outubro.
O encontro entre os representantes de três federações empresariais do Estado Äcomércio, agricultura e indústriaÄ ocorreu na tarde de ontem, no Palácio do Planalto.
Segundo Abram Szajman, presidente da Federação do Comércio do Estado de São Paulo, FHC afirmou que pediu ao ministro Pedro Malan (Fazenda) a elaboração de um estudo para a criação de uma linha de crédito, com taxas de juros menores, para as micro, pequenas e médias empresas.
Essa linha seria financiada com recursos dos depósitos à vista recolhidos pelos bancos ao Banco Central. A taxa de juros ideal seria de 19% ao ano, disse Szajman .
"O presidente nos disse que está estudando essa possibilidade com rapidez para que não haja dificuldades na geração de empregos", afirmou ele.

Apoio às reformas
De acordo com o empresário, a intenção da reunião foi dar apoio ao programa de reformas do governo. Entretanto, os três representantes entregaram a FHC um documento com 26 reivindicações, relativas às áreas de legislação trabalhista, comércio exterior, crédito, débitos fiscais e tributos.
O presidente da Federação da Agricultura, Fábio Meirelles, defendeu que o governo se mantenha mais "atento" às importações. Explicou que o ideal seria a inviabilização da compra de mercadorias estrangeiras com similares fabricados no Brasil.
"Estamos de acordo com a política de importação e de exportação, desde que se defendam os produtores nacionais", afirmou Meirelles.
Lojas e financeiras estão em pleno movimento para incentivar o consumidor a comprar em prazos mais curtos. Elas não querem correr riscos ao vender financiado com taxas de juros prefixadas -quando se sabe o valor da prestação-, pois temem novas altas.
Rede ouvidas pela Folha informam que o prazo máximo concedido ao cliente não passará de oito meses no crediário. No cheque pré-datado, o prazo máximo será de três meses.
"A incerteza do comércio é muito grande. O melhor é trabalhar com prazos curtos", diz Emílio Alfieri, economista da Associação Comercial de São Paulo.
"Se o lojista esticar os prazos, vai ter de recorrer ao mercado financeiro e pagar muito caro por isso."
A previsão do comércio é que a inadimplência vai subir, o que seria reflexo dos juros altos, das dificuldades das empresas e do desemprego.
A associação já sentiu os efeitos da redução dos prazos. As consultas ao Telecheque, termômetro das vendas à vista, subiram 7% do do dia 1º a 14 deste mês sobre igual período de agosto.


Colaborou a Reportagem Local



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