São Paulo, quarta-feira, 16 de outubro de 2002

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O VAIVÉM DAS COMMODITIES

Preocupação com o fungo
O setor de trigo está preocupado com a possível entrada do produto importado da Ucrânia -e que contém o fungo Alternaria triticina-, no mercado brasileiro. Ao contrário do que se divulgou inicialmente, esse fungo é altamente prejudicial à lavoura de trigo.

Constatação
O Departamento de Fitopatologia da Universidade Federal de Lavras constatou a presença do fungo. O produto espera liberação em três portos. Um deles é o de Santos, onde o desembarque preocupa porque São Paulo é produtor de trigo.

Tratamento
O Ministério da Agricultura diz que o trigo já importado está sendo tratado com brometo de metila, produto que pode eliminar o fungo sem deixar resíduos. Após o tratamento será feita uma análise. Se ainda for constatado o fungo, o importador terá duas opções: incinerar o trigo ou devolvê-lo à Ucrânia.

Importações interrompidas
O preço do trigo da Ucrânia é convidativo. A tonelada chega por US$ 176 em Santos, contra US$ 192 do produto argentino. Odilson Ribeiro e Silva, do Ministério da Agricultura, adverte, no entanto, que todo trigo embarcado após o dia 3 deste mês não será aceito no país. O produto que já estava em trânsito até aquela data passará por tratamento e só entrará no país se estiver livre do fungo.

Missão da Ucrânia
Amanhã chega ao Brasil uma missão da Ucrânia para discutir as importações brasileiras. Devem ser definidas as medidas a serem adotadas para o trigo não conter fungos ou outras pragas.

Bateu em R$ 200
O café manteve tendência de alta ontem. Em São Paulo, o produto de melhor qualidade atingiu R$ 200 por saca, o maior preço desde março de 2000. No sul de Minas Gerais esteve a R$ 198. Em Nova York o primeiro contrato subiu 11%.

Preocupação da indústria
A elevação da matéria-prima forçará a reposição nos preços das indústrias. Nathan Herszkowicz, presidente do Sindicafé, diz que o setor já vinha com preços reduzidos e que agora terá de se adaptar a esse novo patamar da matéria-prima. Em agosto, o café mais comum custava R$ 67 para a indústria. Agora está a R$ 110. Já o produto de melhor qualidade, que custava R$ 107, está em R$ 200.

Abaixo de 2001
Nathan diz que o repasse de preços não será fácil porque há aumentos generalizados para o consumidor. A indústria de café, no entanto, praticava preços 20% acima dos atuais há um ano. E a matéria-prima não era tão elevada.

Mercado externo
A soja teve alta de 2,7% ontem em Chicago e subiu para 551,75 centavos de dólar por bushel. A alta do milho foi de 3,67%, para 254,5 centavos de dólar.

Queda na Austrália
Novos dados de quebra de safra na Austrália e compra de 400 mil toneladas dos EUA pelo Egito fizeram o trigo atingir o limite de alta ontem em Chicago. O primeiro contrato fechou com alta de 8,3%.

E-mail:
mzafalon@folhasp.com.br


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