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MERCADO FINANCEIRO
Volume diário de negócios com ADRs do país cresce 36% em outubro em NY; mexicanos perdem espaço
Estrangeiro volta a comprar papel brasileiro
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
A procura por papéis de companhias brasileiras negociados em
Nova York cresceu significativamente no mês passado. Enquanto
o volume de negócios diários com
ADRs brasileiros aumentou
35,6% no mês, os mexicanos perderam espaço no total girado pelos recibos latino-americanos.
Os certificados de ações de empresas brasileiras e mexicanas
movimentam mais de 90% do
mercado de ADRs de países latino-americanos. O restante é formado por papéis da Argentina, do
Chile, do Peru, da Venezuela e da
Colômbia. Os ADRs (American
Depositary Receipts) são recibos
que representam a propriedade
de ações de empresas estrangeiras
nos Estados Unidos.
Com a recuperação registrada
em outubro, o Brasil fechou o mês
com volume negociado de ADRs
(US$ 2,42 bilhões) quase igual ao
girado pelo México (US$ 2,5 bilhões), segundo dados da Economática. Em setembro, os recibos
mexicanos haviam registrado giro 43% superior aos brasileiros.
A melhora do desempenho dos
ADRs brasileiros veio apenas na
terceira semana do mês passado,
quando o câmbio se acalmou um
pouco e a Bovespa começou a se
recuperar.
Em setembro, mês de grande
turbulência no mercado financeiro, quando o dólar acumulou alta
de 25%, os negócios com ADRs de
empresas brasileiras se retraíram
fortemente, com queda de 37%
no giro diário. Foi o pior mês desde os ataques terroristas ao World
Trade Center (Estados Unidos),
em setembro de 2001.
Os ADRs brasileiros e mexicanos alternam a preferência dos investidores. Após a forte aversão
sentida em setembro, os papéis
brasileiros começam a ganhar novamente o interesse dos estrangeiros. Desde julho, o giro diário
dos ADRs de empresas mexicanas vem caindo gradativamente.
Dias melhores
Os ADRs já foram considerados
uma grande ameaça aos negócios
na Bolsa de Valores de São Paulo.
O temor era de que as empresas
concentrassem seus negócios em
Nova York, devido aos custos e
burocracia menores, deixando a
Bovespa em segundo plano.
Em janeiro de 2000, por exemplo, os ADRs de empresas brasileiras movimentaram US$ 10,6 bilhões. Mas o volume de negócios
acabou perdendo intensidade aos
poucos.
Analistas do mercado financeiro afirmam que há espaço para os
ADRs brasileiros continuarem a
se recuperar nas próximas semanas. Os preços dos papéis -especialmente de teles e de elétricas-
estão muito debilitados, o que os
torna atraentes.
Por estar com os preços de seus
papéis muito baixos -menos de
US$ 1 por mais de 30 dias seguidos-, a Embratel Participações
recebeu notificação da Bolsa de
Valores de Nova York. Os certificados da empresa poderiam acabar sendo retirados de negociação
caso o panorama não se alterasse.
Fluxo
Na Bolsa de Valores de São Paulo, a volta do interesse dos estrangeiros pelos papéis de empresas
brasileiras também foi sentida em
outubro.
No mês, o saldo entre as compras e as vendas de ações feitas
com capital externo ficou positivo
em R$ 165 milhões. A Bovespa
não registrava fluxo mensal positivo de estrangeiros desde abril.
Mas o resultado dos primeiros
dias deste mês não é muito animador. Nos dez primeiros dias
deste mês os estrangeiros mais
venderam do que compraram
ações. A diferença foi de R$ 12 milhões.
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