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ÁGUIA EM TRANSE
Inflação no atacado sobe mais do que o previsto, e produção industrial cai pelo terceiro mês consecutivo
Indicadores confirmam debilidade dos EUA
DA REDAÇÃO
Uma série de indicadores divulgados ontem deu novos sinais de
que a economia norte-americana
passa por um "momento de debilidade", como afirmou, nesta semana, o presidente do Federal Reserve, Alan Greenspan. Mas alguns números, como a recuperação da confiança dos consumidores, ofereceram uma ponta de otimismo aos analistas.
Os preços no atacado tiveram,
em outubro, aumento de 1,1%, o
maior em quase dois anos, devido
ao forte reajuste da gasolina e dos
veículos. Também em outubro a
produção industrial do país caiu
0,8% -o terceiro mês seguido de
queda e a maior desde setembro
do ano passado.
Já de acordo com dados relativos a setembro, as vendas do comércio e da indústria dos EUA
encolheram 0,5%. No mesmo
mês, como reflexo do recuo nas
vendas, os estoques das empresas
cresceram 0,5%.
O mais positivo dos indicadores
divulgados foi o índice de confiança do consumidor da Universidade de Michigan, cuja prévia
para este mês atingiu 85 pontos.
No mês passado, o índice tinha
caído para 80,6 pontos -a pior
leitura em nove anos.
A alta de 1,1% no índice dos preços ao produtor (PPI, na sigla em
inglês), de acordo com o Departamento do Trabalho, é a maior
desde janeiro do ano passado. Em
setembro, o aumento tinha sido
de apenas 0,1%; em agosto o indicador ficou inalterado.
A inflação ficou bem acima do
que previam os analistas, que esperavam aumento em torno de
0,2%. Mas, por outro lado, os números foram bem recebidos, porque indicam que o país não deverá enfrentar um ciclo de estagnação econômica e deflação, e, ao
mesmo tempo, não corre o risco
de um período de estagflação (fraco nível de atividade e alta acentuada nos preços).
"Não estamos sob a ameaça de
estagflação", disse Ken Mayland,
presidente da consultoria ClearView Economics. "Penso que os
grandes aumentos vistos em outubro -gasolina e automóveis-
são reversíveis. Não deverão se repetir neste mês."
Excluindo combustíveis e alimentos, categorias mais voláteis,
o "núcleo" inflacionário também
registrou alta significativa, de
0,5%, o maior reajuste desde setembro de 1999. Em setembro, a
alta tinha sido de apenas 0,1%.
"De maneira geral, os indicadores são bons para o mercado",
disse Todd Clark, diretor para investimentos em ações da Wells
Fargo Securities. "Os consumidores têm sido o ponto mais resistente da economia e não desapontarão no Natal."
Indústria sente
A produção industrial norte-americana, que já vinha registrando resultados fracos nos últimos
três meses, recuou de maneira
mais abrupta do que previam os
economistas de Wall Street. Mais
uma vez, como na recessão do
ano passado, o setor é o mais frágil da economia dos EUA.
Segundo o Federal Reserve
(banco central norte-americano),
a produção de fábricas, minas e
usinas encolheu 0,8% no mês passado. Foi o terceiro mês de queda
-em setembro, o indicador tinha caído 0,2%- e o tamanho do
tombo foi o maior desde setembro do ano passado.
"O severo declínio na produção
industrial confirma que o setor
manufatureiro está escorregando
para trás e está perigosamente
perto de uma nova recessão", afirmou Daniel Meckstroth, economista-chefe da organização de estudos Manufacturers Alliance.
Com agências internacionais
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